ALIMENTAÇÃO

Custo da cesta básica cai em Belém, aponta o Dieese

Pela terceira vez neste ano, o custo da Cesta Básica de Alimentos apresentou redução em Belém.

Saiba como a nova iniciativa do governo sobre alimentação visa reduzir preços e promover maior acessibilidade aos consumidores.
Saiba como a nova iniciativa do governo sobre alimentação visa reduzir preços e promover maior acessibilidade aos consumidores. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará

Pela terceira vez neste ano, o custo da Cesta Básica de Alimentos apresentou redução em Belém, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA). No mês de agosto, o valor caiu para R$ 687,30, uma retração de 1,28% em relação a julho, quando havia custado R$ 696,23.

O levantamento do DIEESE também calculou o custo da Cesta Básica para uma família padrão, composta por dois adultos e duas crianças. Em agosto, esse valor foi estimado em R$ 2.061,90, o que significa que seriam necessários 1,35 salários mínimos apenas para garantir a alimentação básica.

Apesar da queda, a alimentação básica ainda consome quase metade do salário mínimo vigente, de R$ 1.518,00, representando 48,95% da renda de um trabalhador formal.

Além disso, o estudo apontou que o trabalhador precisou dedicar 99 horas e 37 minutos de sua jornada mensal — de 220 horas previstas em lei — exclusivamente para a compra dos 12 itens essenciais.

A sequência de quedas ao longo de 2025 tem sido influenciada por melhores condições de oferta de alguns alimentos e redução sazonal de preços, especialmente em produtos como tomate e banana. No entanto, a persistência de altos custos em itens como carne e leite, somada à estagnação salarial, mantém a pressão sobre o orçamento das famílias paraenses.

ACUMULADO

O levantamento do Dieese/PA mostra, no entanto, que, no acumulado de janeiro a agosto de 2025, a cesta comercializada na capital paraense aumentou 3,22%. Esse resultado reflete oscilações nos preços dos 12 itens que compõem a cesta, com alguns produtos registrando altas expressivas ao longo do ano, enquanto outros tiveram reduções significativas.

“Mesmo com a queda em agosto, alguns alimentos essenciais, como o café e o tomate, apresentaram aumentos fortes desde o início do ano, o que mantém a cesta em patamar elevado”, avalia o Dieese. Entre os alimentos que mais pressionaram o orçamento das famílias paraenses no período de janeiro a agosto, destacam-se: café com alta de 42,04%; tomate +28,18%; pão +8,75%; e manteiga +2,06%.

No caso do café, item tradicional no consumo diário das famílias, o produto quase dobrou de preço em 2025, tornando-se o maior vilão da cesta neste ano.Na outra ponta, também com base no comparativo de preços deste ano, alguns itens registraram recuos, são eles: arroz – 25,68%; óleo de soja -12,67%; feijão -11,48%; açúcar -4,75%; farinha de mandioca -2,68%; carne bovina -2,56; banana -0,98%; e o leite -0,61%.

Para uma família padrão, composta por dois adultos e duas crianças, o custo mensal estimado ficou em R$ 2.061,90, o que corresponde a 1,35 salários mínimos (considerando o salário mínimo de R$ 1.518,00).

Além disso, o trabalhador precisou dedicar quase 100 horas de trabalho no mês apenas para adquirir os itens básicos.

Segundo o DIEESE/PA, a tendência para os próximos meses dependerá de fatores climáticos e da oferta agrícola, especialmente em produtos com forte variação, como tomate e café. “A oferta de grãos como arroz e feijão ajudou a conter os preços, mas itens como café seguem pressionando o orçamento. O cenário exige atenção, principalmente em períodos de entressafra”, alerta o órgão.