REFLEXÃO

Dia da Amazônia: por que essa data é mais urgente do que nunca

A biodiversidade é sempre lembrada quando se fala em Amazônia. Isso porque quase tudo referente à região possui proporções grandiosas.

Descoberta uma nova espécie por semana na Amazônia: veja por que isso importa
Descoberta uma nova espécie por semana na Amazônia: veja por que isso importa

A biodiversidade é sempre lembrada quando se fala em Amazônia. Isso porque quase tudo referente à região possui proporções grandiosas. Envolvendo nove países, a Amazônia é a maior floresta tropical úmida do mundo, detém a maior bacia hidrográfica do planeta e o maior bioma do Brasil. Mas diante de toda essa grandiosidade, qual será a real dimensão da biodiversidade dessa região?

O alcance da proporção que a riqueza de espécies pode ter na Amazônia depende do trabalho árduo da pesquisa científica, o que vem sendo realizado incansavelmente por pesquisadores brasileiros ao longo dos anos. Por isso mesmo, os dados a respeito das espécies catalogadas estão em constante atualização.

Segundo registra o Atlas da Amazônia Brasileira, publicação inédita da Fundação Heinrich Böll que reúne 32 artigos sobre a maior floresta tropical do planeta, envolvendo 50 autores (em sua maioria pesquisadores e pensadores amazônidas), o bioma amazônico salvaguarda uma reserva biológica que corresponde à 50% de todas as espécies vivas do planeta. Estima-se que nela estejam presentes pelo menos 8.345 espécies de plantas e animais, sendo que a cada ano novas espécies são descobertas. Somente entre 2014 e 2015, por exemplo, 381 novas espécies de vertebrados e plantas foram identificadas na Amazônia.

Quando se reflete sobre o quanto de espécies nunca sequer foram descobertas pela humanidade, não é difícil considerar que tais números podem ser muito maiores do que isso. Uma mostra disso é que, a cada ano, novas espécies são descobertas no Brasil, envolvendo os seus diferentes biomas.

Dentre as instituições que contribuem com a produção desse conhecimento, o trabalho desenvolvido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) já resultou na catalogação de mais de 587 espécies novas apenas nas primeiras décadas do século 21.

Somente no período entre 2014 e 2018, foram apresentadas 301 novas espécies à ciência, entre invertebrados, plantas, peixes, anfíbios, répteis, fungos e mamíferos. No que se refere especificamente às novas espécies de plantas e fungos registradas no período, 60% ocorrem na Amazônia. De acordo com a instituição de pesquisa, a frequência desse trabalho – que envolve estudos de campo, desenvolvimento de tecnologias de informática e análise em laboratório – no período de 2014 a 2018 “resulta em mais de 60 espécies novas por ano, cinco a cada mês ou uma por semana”.

CLIMA

Não bastasse essa sociobiodiversidade impressionante, a Amazônia também é fundamental para a regulação do clima no planeta. Pesquisadores que integram o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) destacam que a Amazônia desempenha um papel importante na reciclagem da água e na produção de fluxos de umidade que se deslocam através das correntes de ar para formar nuvens e chuva em regiões distantes, inclusive fora da floresta e da bacia amazônica. Um exemplo do impacto do bioma na formação de chuva em outras regiões do planeta é o fato de que aproximadamente 70% do fluxo de umidade na Bacia do Prata depende da reciclagem de umidade sobre a Amazônia.

DIA DA AMAZÔNIA

Para celebrar toda a riqueza presente no bioma e conscientizar para a necessidade de usar os recursos da sociobiodiversidade com responsabilidade, o dia 05 de setembro foi estabelecido como o Dia da Amazônia.