O mês de agosto de 2025 terminou com o menor número de queimadas já registrado desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. Foram 17.943 focos de incêndio, ficando pela primeira vez abaixo da marca de 20 mil e representando uma redução de 62% em relação à média histórica.
Segundo especialistas, o resultado é explicado por dois fatores principais: um alívio climático, com chuvas mais regulares em diferentes regiões do país, e o reforço das ações de prevenção adotadas pelo governo federal e pelos governos estaduais, como a antecipação da contratação de brigadistas, o aumento da fiscalização e o uso de aeronaves no combate ao fogo.
A distribuição das ocorrências entre os biomas também chama a atenção. O Amazônia respondeu por 22%. Já o Pantanal apresentou apenas 173 focos, um número considerado muito baixo diante dos padrões históricos da região.
Alerta Mantido e Avanços no Pará
Apesar do resultado positivo, o alerta segue mantido. Setembro é, tradicionalmente, um dos meses mais secos em várias partes do país, especialmente no Norte e no Centro-Oeste, o que eleva o risco de queimadas e exige a continuidade da vigilância e das medidas de prevenção.
O Pará também apresentou avanços significativos no enfrentamento ao fogo, especialmente em municípios que registravam o maior número de focos de queimadas, como Itaituba, que teve queda de 88,4%, na comparação com mesmo período em 2024 com 2025, seguido por São Félix do Xingu -74,7% e Altamira, -66,3%.
Na mesma região, Novo Progresso e Jacareacanga não figuram mais como potenciais focos, uma vez que a queda nos registros do Inpe foi tão grande que fizeram com que saíssem do ranking.
Essa trajetória de redução teve início já em julho, quando o Pará registrou 837 focos de incêndio, uma queda de 74,3% em relação a julho de 2024. A queda nos focos de incêndio acontece graças a uma conjugação de fatores, incluindo o uso de tecnologia de monitoramento por satélite, ações de prevenção e combate implementadas pelo governo do estado, como o Programa Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Pepif), e condições climáticas mais favoráveis em 2025, em contraste com o fenômeno El Niño em 2024.