
O momento do Clube do Remo na Série B traz à tona a imagem de um treinador que, em metáfora perfeita, pratica slackline onde as extremidades da corda destacam exatamente à altura do desafio: de um lado, o torcedor que exige respostas rápidas; do outro, a campanha na Série B, tudo sobre a corda bamba. António Oliveira segue à frente do comando azulino após um final de semana tenso, mas a pressão em torno do seu trabalho é evidente. Na manhã desta segunda-feira, após dois dias de folga, o português comandou o treino no Baenão com foco no desafio de sexta-feira, fora de casa, diante do Amazonas.
Apesar do ambiente de incertezas, o técnico demonstrou em sua última coletiva o desejo de permanecer e dar sequência ao projeto. Contudo, a realidade ultrapassa a sua “querência”. A multa rescisória, avaliada em torno de R$ 1,2 milhão, é um fator relevante em qualquer discussão sobre uma eventual saída. A diretoria observa o cenário com cautela, entre o custo financeiro e o peso da continuidade de um trabalho que, em determinados momentos, apresentou competitividade, mas deixou escapar resultados importantes. A diretoria observa o cenário com cautela, entre o custo financeiro e o peso da continuidade de um trabalho que, em determinados momentos, apresentou competitividade, mas deixou escapar resultados importantes.
Oscilação e Desafios do Clube do Remo
Exemplos claros dessa oscilação vieram diante de adversários como Goiás, Coritiba e Criciúma. Nessas partidas, a ausência de precisão ofensiva custou caro ao Remo, em ruindade em fundamentos básicos que extrapolam a batuta do mister, em claros lances de afobação dos jogadores. Mesmo com estratégias ajustadas, a incapacidade de transformar as chances criadas em gols se mostrou determinante para a perda de pontos cruciais. Erros no arremate, mais do que falhas táticas, contribuíram diretamente para que a equipe não tivesse uma posição mais confortável na tabela.
Assim, António Oliveira permanece no fio delicado entre a confiança e a cobrança, ciente de que cada jogo pode redefinir seu futuro. A partida contra o Amazonas, fora de Belém, se apresenta como mais um capítulo dessa travessia incerta, em que o equilíbrio do treinador segue dependente não apenas de seu esforço e dedicação, mas da efetividade de seus jogadores e da paciência de uma torcida que, por natureza, não admite quedas.