Saindo do Complexo Ver-o-Rio, as ruas de Belém foram palco de diversidade e força de mulheres lésbicas e bissexuais, durante a 15ª edição da Marcha LesBi, que encerrou a programação da 14ª Semana de Visibilidade LesBi na tarde deste domingo (31).
Com o tema “Mulheres LesBi da Amazônia na Defesa da Biodiversidade”, o ato se consolidou como um dos mais importantes do calendário LGBTQIAPN+ da região Norte, reunindo o público em um cortejo até a Praça Waldemar Henrique.
Para Márcia Passos, fundadora e presidente do LesBiPará, a famosa “Dj Gadá”, o movimento é resultado de anos de resistência e construção coletiva. “A nossa programação foi de 29 a 31 de agosto, da visibilidade lésbica, no nosso mês que também é marcado pelo Agosto Lilás [conscientização e enfrentamento à violência contra as mulheres], ponderou.
Ela fala com orgulho do primeiro dia, que teve a primeira Copa LesBi e permitiu às mulheres o papel de protagonismo no futebol. Ocorreu no dia 29, com participação de 23 times, sendo 12 da Região Metropolitana de Belém e 11 do interior do Estado. “Quem venceu foi o time Guamá, um time da periferia de Belém com jogadoras maravilhosas. Foi um evento que marcou o incentivo ao esporte e mostrou como as mulheres lésbicas e bissexuais cada vez mais se agregam não só no futebol, mas em todos os espaços”, afirmou.
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Antecedendo o último dia, no sábado, foi feita “uma roda de conversa na Praça Waldemar Henrique, reunindo lideranças de vários municípios para debater a visibilidade lésbica e as vitórias já conquistadas. Hoje [domingo] trazemos a 15ª marcha para as ruas, reafirmando que fazemos parte dessa biodiversidade”.
Reconhecimento e Visibilidade
Entre o público, era o momento de se reconhecer em um espaço de visibilidade. A marinheira mercante Joana Trindade, de 39 anos, que participou acompanhada da esposa, a dona de casa Laina Silva, de 24, lembrou que a luta é construída diariamente. “Eu faço parte da causa há dez anos da minha vida, tentando construir algo para nós, mulheres. Tudo é muito difícil, mas a gente vem nessa construção diária. Estar na marcha é um momento muito importante não só para mim, mas para a nossa comunidade”, disse.
Já Laina sentiu pela primeira vez a energia do ato. “Estou aproveitando para curtir, aproveitar e sentir toda essa vibe boa. O apoio de todo mundo fortalece ainda mais o movimento”, comentou.
Saindo do bairro da Pedreira, a assistente social Gláucia Nascimento, de 36 anos, também esteve na marcha LesBi pela primeira vez. “É um momento extramemente importante para a visibilidade lésbica, que é uma população invisibilizada pela sociedade; e eu penso que este ato é fundamental para nós, mulheres”, destacou.
