TEATRO DOS HORRORES

VAR, juízes e desculpas: o jogo da culpa no futebol brasileiro

Apesar do avanço tecnológico com o VAR, a arbitragem brasileira parece ter encontrado novas formas de errar — e os técnicos, novas desculpas para justificar derrotas.

Apesar do avanço tecnológico com o VAR, a arbitragem brasileira parece ter encontrado novas formas de errar — e os técnicos, novas desculpas para justificar derrotas.
Apesar do avanço tecnológico com o VAR, a arbitragem brasileira parece ter encontrado novas formas de errar — e os técnicos, novas desculpas para justificar derrotas.Foto: Fernando Torres / CBF

A arbitragem no Brasil é ruim desde os tempos do descobrimento. Claro, não havia futebol na época da chegada de Cabral e sua trupe, mas, se houvesse, talvez nem fosse tão desastrosa quanto a que vemos hoje. E, surpreendentemente, conseguiram piorar até quando havia expectativa de melhora.

A chegada do VAR — tecnologia que, em tese, deveria reduzir injustiças e erros em campo — acabou servindo como muleta para muitos árbitros e assistentes despreparados. E, agora, os ruins do apito conseguem ser superados pelos que operam o equipamento. Sai de cena o manual de regras e entra a análise subjetiva de quem está na cabine, decidindo ou orientando o árbitro sobre como agir nos lances capitais.

São poucos os juízes com personalidade e preparo suficientes para ignorar o VAR e manter a decisão de campo. Os que resistem viraram exceção. A famosa mão no ouvido em lances duvidosos virou prática corriqueira e, muitas vezes, símbolo da insegurança.

Por outro lado, a má qualidade da arbitragem também serve como escudo para os erros de muitos treinadores. As coletivas, cada vez mais enfadonhas, viraram um verdadeiro muro das lamentações, onde a culpa recai sempre sobre a arbitragem. Pouco importa se o time foi apático, desorganizado ou se o técnico acumulou escolhas questionáveis: o discurso costuma ser feito para a plateia, e a conta vai para o apito.

No fim das contas, todos se complementam — e o jogo segue.

Voltamos a qualquer momento…

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.