HOMENAGENS

Despedida ao mestre Damasceno no Marajó teve boi, carimbó, povo e emoção

Mestre Damasceno foi saudado com honras pela população de Salvaterra, no Marajó, cidade onde nasceu e viveu, e onde por fim descansou.

Cortejo fúnebre chegou de balsa ao município marajoara (1), percorreu as ruas em carro do Corpo de Bombeiros (2), até o velório na Câmara Municipal (3), onde o mestre recebeu homenagens de grupos folclóricos (4). O sepultamento ocorre na manhã desta quinta-feira. FOTOS: BRUNO NAVARRO/DIVULGAÇÃO
Cortejo fúnebre chegou de balsa ao município marajoara (1), percorreu as ruas em carro do Corpo de Bombeiros (2), até o velório na Câmara Municipal (3), onde o mestre recebeu homenagens de grupos folclóricos (4). O sepultamento ocorre na manhã desta quinta-feira. FOTOS: BRUNO NAVARRO/DIVULGAÇÃO

Pará - Depois de receber homenagens em Belém, onde seu corpo foi velado em uma cerimônia pública no Museu do Estado do Pará, Mestre Damasceno foi saudado com honras pela população de Salvaterra, no Marajó, cidade onde nasceu e viveu, e onde por fim descansou. Considerado um dos grandes ícones da cultura popular amazônica e brasileira, ele morreu na madrugada da terça-feira, 26 de agosto, aos 71 anos, em decorrência de complicações de câncer em metástase.

O cortejo fúnebre saiu da Cidade Velha rumo ao porto de Icoaraci, de onde saiu por volta das 7h da manhã de ontem, em uma balsa, que aportou às 10h no porto da foz do Rio Camará, cerca de 30km de distância do centro de Salvaterra. Uma quantidade grande de pessoas já aguardava a chegada do mestre.

O sepultamento ocorre na manhã desta quinta-feira. FOTOS: BRUNO NAVARRO/DIVULGAÇÃO

O corpo de Mestre Damasceno foi colocado no carro de bombeiros e escoltado por viaturas da polícia militar e da polícia civil, para seguir o cortejo pela cidade, com apoio de carro-som, grupos de carimbó,  grupos de boi e a população em geral. A cada vila por onde passava, recebia homenagens, com aplausos e fogos.

Já na sede de Salvaterra, por volta de 11h30, o cortejo seguiu para a Câmara Municipal de Salvaterra, acompanhado por cerca de 1.500 pessoas, que puderam se despedir também em uma cerimônia pública. “Aqui foi feito um trabalho como ele queria, com muito carimbó, muita cantoria, bois-bumbás”, diz o jornalista e radialista Dário Pedrosa, que acompanhou a despedida.  

Foi só por volta de 19h que o corpo deixou a Câmara Municipal e seguiu em novo trajeto, para a casa onde Mestre Damasceno morava, no bairro do Caju. Esse percurso, de cerca de 400 metros, foi feito à pé, com o caixão carregado por populares. “Era um pedido dele, ele queria voltar para casa para essa despedida. Vai passar a noite lá, onde os grupos folclóricos vão se revezar, fazendo apresentações, sempre com muita alegria, como ele pediu”, conta Dário.

Às 9h desta quinta, 28, deve ocorrer a saída para o sepultamento no cemitério São Pedro, em Salvaterra.

O fotógrafo Bruno Navarro acompanhou toda a mobilização e homenagens ao Mestre Damasceno em Salvaterra, material que o Você publica, cedido pela equipe que trabalhava na produção do artista. Salve, Mestre Damasceno!

Cortejo fúnebre chegou de balsa ao município marajoara (1), percorreu as ruas em carro do Corpo de Bombeiros (2), até o velório na Câmara Municipal (3), onde o mestre recebeu homenagens de grupos folclóricos (4). FOTOS: BRUNO NAVARRO/DIVULGAÇÃO

*Com informações de Dário Pedrosa.