META SUPERADA

Vaquinha para brasileira trans presa nos EUA arrecada mais que dobro da meta

Uma vaquinha online para a brasileira transgênero Alice Correia Barbosa, 28, presa de forma brusca por agentes de imigração dos EUA.

Vaquinha para brasileira trans presa nos EUA arrecada mais que dobro da meta

Uma vaquinha online para a brasileira transgênero Alice Correia Barbosa, 28, presa de forma brusca por agentes de imigração dos EUA no sábado em Mayland, arrecadou mais de US$ 41 mil (cerca de R$ 223 mil).

Arrecadação promovida por amigo começou no domingo e ultrapassou a meta de US$ 20 mil (R$ 109 mil). A reportagem verificou que foram mais de 656 doações na plataforma GoFundMe até a noite desta terça-feira (26).

Amigo diz que, além de estar presa, a brasileira passa por um “processo de imigração”. Os valores arrecadados serão destinados a pagar a defesa dela o que inclui orientação profissional para o processo, necessidades diárias e prestar apoio com outras despesas básicas enquanto “ela enfrenta este momento difícil”, afirmou AJ Timoteo, responsável pela campanha.

“Esta campanha tem como objetivo apoiar Alice, mostrar a ela que ela não está sozinha e ajudá-la a seguir em frente com dignidade e cuidado. (…) Alice é uma pessoa vibrante, uma jogadora de vôlei talentosa e uma filha e amiga querida. Sua energia, gentileza e alegria iluminam cada espaço em que ela entra. Ela merece dignidade, segurança e tratamento justo durante esse processo”, disse um amigo da brasileira no site da campanha.

Na segunda, AJ Timoteo agradeceu pelo apoio e contribuições à campanha de arrecadação. Ele afirmou que os amigos de Alice, que moram nos EUA, e a família dela, que está no Brasil, estão “perdidos” sem a ajuda de terceiros e que até os compartilhamentos ajudaram a “mover montanhas para ela”.

AJ Timoteo também explicou que os colegas da jovem evitam repassar detalhes do caso. Segundo ele, a decisão foi tomada porque cada ação poderá afetar o futuro da brasileira e a prioridade é a segurança dela.

Não há informação se Alice tinha ou não o visto para permanecer nos EUA. A reportagem procurou o ICE (Serviço de Imigração dos Estados Unidos, em português). O texto será atualizado se houver manifestação.

RELEMBRE O CASO

Um vídeo feito por uma amiga de Alice mostra a brasileira sendo abordada por agentes de imigração em um carro. Eles anunciam que ela está presa, a algemam e a jovem pergunta por que está sendo detida. Um deles fala em violação migratória, acusando a brasileira de não cumprir a data de retorno ao seu país.

Os homens chegam a afirmar que ela está resistindo à prisão, retiram o cinto de segurança e a puxam pelo pescoço para fora do automóvel. Um dos agentes se refere à brasileira no masculino e a amiga dela pede que ela seja tratada com pronomes femininos.

Na sequência, Alice diz que estão machucando a sua mão. Por fim, ela foi conduzida pelos agentes até um carro.

MANIFESTAÇÕES SOBRE O CASO

Na terça-feira (26), o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania disse que acompanha o caso com a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos e o Itamaraty. A pasta afirmou buscar que sejam adotadas as medidas necessárias para a proteção da vítima, incluindo a assistência consular e o resguardo dos seus direitos.

Ministério manifestou apoio e solidariedade à Alice, acrescentando que a brasileira foi “alvo de uma detenção brusca”. “Reiteramos nosso compromisso em apoiar brasileiras e brasileiros em qualquer lugar do mundo, especialmente aqueles que, por sua identidade de gênero, orientação sexual ou características sexuais, estão mais expostos a violações de direitos humanos”, concluiu a nota.

A Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) também manifestou “profunda preocupação e indignação” com a prisão. Eles divulgaram ter encaminhado ofício urgente a diferentes ministérios e secretarias das mulheres e LGBTQIAP+ do governo para solicitar providências para o caso, incluindo informações sobre o local de custódia da jovem.

Associação acusou a administração de Donald Trump de promover uma ofensiva sistemática contra a população trans. A Antra citou como exemplo o uso de instituições como “armas de perseguição” ao grupo.

Débora Costa

Coordenadora do site Diário do Pará

Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela UNAMA (Universidade da Amazônia). Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing Empresarial com ênfase em mídias e redes sociais. Coordena o site Diário do Pará, parte do Grupo RBA, desde 2010. Ao longo da carreira, atuou na cobertura de diversas editorias, além de ter experiência no veículo de TV e na Coordenação do Núcleo de Mídias Digitais. 📍 Nascida em Belém-PA 📌 Redes Sociais: 📷 Instagram: @debboracosta 🐦 X: @debboracosta 💼 LinkedIn

Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela UNAMA (Universidade da Amazônia). Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing Empresarial com ênfase em mídias e redes sociais. Coordena o site Diário do Pará, parte do Grupo RBA, desde 2010. Ao longo da carreira, atuou na cobertura de diversas editorias, além de ter experiência no veículo de TV e na Coordenação do Núcleo de Mídias Digitais. 📍 Nascida em Belém-PA 📌 Redes Sociais: 📷 Instagram: @debboracosta 🐦 X: @debboracosta 💼 LinkedIn