O influenciador digital Felca (Felipe Bressanim Pereira) afirmou ter recebido ameaças de morte após divulgar um vídeo que aponta casos de adultização de menores nas redes sociais e acusações envolvendo o influenciador Hytalo Santo.
Durante sua participação no programa Conversa com Bial, na última terça-feira (26), Felca revelou que tomou medidas de proteção após as intimidações. “Algumas [ameaças], de morte. Existem pessoas que não estão felizes com o que eu fiz… dizem que querem me matar”, contou o youtuber.
O vídeo em questão, que já acumula mais de 45 milhões de visualizações, relata com detalhes como algumas famílias exploravam menores para obter engajamento e lucro. Um dos casos mais impactantes envolve uma mãe que usava uma plataforma de conteúdo adulto com imagens da própria filha menor de idade.
Segundo Felca, a divulgação do conteúdo teve impacto direto em sua atividade profissional: ele recusou diversas propostas publicitárias e teve sua renda comprometida. “Renda neste mês foi completamente comprometida… recusei todas as publicidades. Foi, para mim, como um minuto de silêncio”, explicou.
Prisão do suspeito
A Polícia Civil de São Paulo identificou e prendeu, em Olinda (PE), um homem suspeito de ter enviado as ameaças. O indivíduo, Cayo Lucas, também vendia foto e vídeos de crianças vítimas de exploração nas redes sociais.
Durante a ação, o suspeito tentou forjar mandados de prisão falsos contra Felca, incluindo divulgação desses documentos no Discord e tentativa de inserção no Banco Nacional de Mandados do CNJ.
A prisão foi resultado de uma investigação que envolveu quebra de sigilo judicial para identificar o autor das ameaças. A Justiça determinou que o Google fornecesse os dados do usuário responsável pelos e-mails ameaçadores.
Felca ganhou notoriedade ao publicar, em 6 de agosto de 2025, o vídeo “adultização”, que despertou discussões sobre a exposição indevida de crianças nas redes sociais. Entre os citados no vídeo, Hytalo Santos passou a ser investigado pelo Ministério Público da Paraíba e teve seu Instagram desativado.
O caso desencadeou uma série de ações — incluindo projetos de lei apelidados de “Lei Felca” — e evidenciou o alcance do conteúdo produzido por ele, que, segundo Felca, era “mais importante do que minha renda”.