MERCADO

Mercado pet não sabe o que é crise

Só no ano passado o setor faturou R$ 75,4 bilhões em todo o Brasil.

As pet shops têm apostado em oferecer produtos variados e um espaço acolhedor para os animais
As pet shops têm apostado em oferecer produtos variados e um espaço acolhedor para os animais Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

O mercado pet brasileiro faturou R$ 75,4 bilhões em 2024, um aumento de 9,6% em relação a 2023. Os números confirmam o país como terceiro maior mercado pet do mundo, com participação de 4,9%, colocação alcançada desde 2021. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). No recorte do Sebrae, os pequenos e médios pet shops têm conquistado espaço importante, respondendo por 49% da receita do setor. Mesmo com a concorrência, as lojas conseguem atender a demanda e apostam em variedades para fidelizar o público. 

Segundo a Abinbet, como membro da família, o bicho vive cada vez mais dentro de casa, especialmente em apartamentos, por conta da verticalização dos centros urbanos. Isso faz com que os donos aumentem os cuidados com a saúde do animal e invistam mais em alimentação e cuidados veterinários. “A gente costuma dizer que é um shopping pet. Temos um mix bem variado de produtos, como ração, areia, brinquedos e petiscos. Tem um crescimento grande e a cada dia a clientela aumenta”, avalia o gerente da Yup Pet Store de Belém, Danilo Greick.

Atualmente, de acordo com dados da Abinpet e do IBGE, há aproximadamente 1,8 animal de estimação por residência no Brasil. E não é exagero afirmar que são parte das famílias: a venda de alimentos industrializados para animais de estimação fechou 2024 correspondendo a 54,1% do total do setor. Em seguida, vem a venda de animais por criadores, logo depois, os produtos veterinários e serviços veterinários. A procura vai além de itens para gatos e cachorros. “Tem para tartaruga, passarinhos, trabalhamos com produtos para hamsters também. O público procura de tudo, brinquedo, mordedor, ossinho natural, petisco, bolsa de viagem e roupinha”, afirma o gerente da loja. 

Essa variedade de produtos é a aposta dos pet shops para garantir a fidelização dos clientes. Além disso, criar um ambiente acolhedor aos bichanos é fundamental para atrair o público. “Uma coisa especial que a gente faz é justamente deixar o pet à vontade dentro da loja. O dono pode deixar ele solto, pois a gente mantém a porta fechada, o ambiente climatizado e damos suporte para o pet passear à vontade”, finaliza Danilo Greick. 

Posse responsável –  A associação de produtos para animais também faz um alerta para quem pretende adotar um animal, pois o dono precisa saber com quais gastos precisará arcar. Os pets exigem idas ao veterinário, vacinas, banho, tosa e alimentação adequada, além de carinho e atenção. Nos últimos anos, o mercado do setor percebeu um aumento dos gastos com produtos premium, devido ao maior número de opções disponíveis com mais valor agregado e diferenciação. 

Para quem deseja sair do tradicional e adotar um animal silvestre, precisa seguir regras específicas. Segundo o Ibama, ter uma cobra em casa, por exemplo, é possível, mas desde que o animal não seja venenoso. Quem mantém animais silvestres sem permissão e tenha adquirido-os de forma clandestina, pode entregá-los espontaneamente ao Ibama mais próximo e, conforme a legislação, não ser responsabilizado. Suspeita de venda, criação e reprodução de animais silvestres de maneira ilegal, podem ser denunciadas ao canal Linha Verde, no telefone 0800-618080.