ADEUS, ESTELA MARIA!

Gata mascote de loja em Belém é vítima de chumbinho, substância proibida

Ela foi mais um animal vítima de envenenamento por um produto cuja comercialização no Brasil é proibida desde a década de 70

Ela foi mais um animal vítima de envenenamento por um produto cuja comercialização no Brasil é proibida desde a década de 70
Ela foi mais um animal vítima de envenenamento por um produto cuja comercialização no Brasil é proibida desde a década de 70

Pelo perfil no Instagram, a Pets Líder, referente à rede de lojas especializadas em venda de produtos e serviços voltados a animais de estimação em Belém, lamentou a morte da gatinha de estimação da unidade Quintino, Estela Maria, nesta terça-feira, 26 de agosto.

Ela foi mais um animal vítima de envenenamento por um produto cuja comercialização no Brasil é proibida desde a década de 70 (lei federal 6.360/1976), mas ainda assim tem a venda facilitada: o “chumbinho”, produto clandestino, irregularmente utilizado como raticida.

Na década de 90 (lei federal 9.677/1998) estipulou penas de reclusão de um a cinco anos e multa para quem produzir, transportar ou usar produtos tóxicos nocivos à saúde ou ao meio ambiente. Não possui, desde 2012, registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nem em outro órgão de governo.

Apesar de usar uma coleira que a identificava como mascote da loja, ela tinha acesso à rua, e a suspeita é de que tenha ingerido o veneno ali por perto. Estela Maria ainda chegou a ser socorrida pelos funcionários da loja e internada em clínica veterinária, mas não resistiu. Na postagem comunicando a morte dela, são muitas as mensagens de lamento pelo ocorrido escritas por clientes que sempre a viam passando pelo local.

Congresso tenta restringir ainda mais o acesso à substância

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou, em novembro de 2024, proposta que proíbe o uso da substância tóxica Aldicarbe (carbamato Aldicarb), popularmente conhecida como “chumbinho”, em todo o território nacional. O texto também veda, para qualquer finalidade, o porte, a comercialização, a distribuição e a fabricação da substância.

O aldicarbe, principal agrotóxico utilizado de forma irregular no país como raticida doméstico, foi banido do mercado brasileiro em 2012, em função da alta incidência de intoxicações humanas e de envenenamento de animais.

Apesar de o uso da substância ser considerado infração sanitária, não faltam casos de uso irregular do “chumbinho”, com danos severos à saúde e ao meio ambiente.