ECONOMIA

Pesquisa do Dieese aponta queda no preço da carne em Belém

O destaque na redução foi para a carne bovina, que pelo segundo mês consecutivo voltou a registrar queda.

destaque na redução foi para a carne bovina, que pelo segundo mês consecutivo voltou a registrar queda.
População belenense tem encarado preços mais altos para consumir carne Foto: Mauro Ângelo

Pará - Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA) divulgada nesta segunda-feira, 25, aponta que o custo da cesta básica de alimentos dos paraenses, comercializada em Belém, voltou a apresentar recuo de 1,81% e custou em média cerca de R$ 696,23. O destaque na redução foi para a carne bovina, que pelo segundo mês consecutivo voltou a registrar queda.

A pesquisa levou em consideração o quilo dos cortes coxão mole/chã, cabeça de lombo e paulista, comercializados em mercados municipais, açougues e supermercados da capital paraense. Em comparação a julho de 2025, a queda no valor foi de 2,91%. Na avaliação semestral, de janeiro a julho deste ano, a redução total foi de 1,40%. Quando a análise faz o recorte anual, comparando julho de 2024 e julho de 2025, o Dieese aponta uma elevação de preço de 10,75%, superando a inflação. 

Em julho de 2024, o kg da carne era comercializado, em média, a R$ 36,17 e chegou a R$ 40,06 em julho de 2025. Segundo o Departamento, o aumento acumulado em um ano  supera em mais que o dobro a inflação registrada em torno de 5,20% para o mesmo período. A expectativa da instituição é uma tendência de queda no preço da carne ainda no mês de agosto. 

Comparativo de preços médios da carne bovina de primeira comercializada em açougues, mercados e supermercados de Belém nos últimos 12 meses

ProdutoPreços médiosVariação
Jul/25R$Jun/25R$Jan/25R$Dez/24R$Jul/24R$No mês%No ano %12 meses %
Carne (kg)40,0641,2644,2140,6336,17-2,91-1,4010,75

Fonte de Dados: DIEESE/PA e CONAB

      Nota: a coleta de preços envolve os cortes bovinos: chã/cabeça de lombo/paulista.

Exportações – Em julho deste ano, as exportações brasileiras de carne bovina atingiram o maior volume mensal já registrado desde o início da série histórica, em 1997. Foram embarcadas 313.682 toneladas, gerando receita de US$ 1,67 bilhão, crescimento de 17,2% na comparação com julho de 2024. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), que reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil.

De janeiro a julho, o Brasil exportou 1,78 milhão de toneladas de carne bovina, gerando US$ 8,9 bilhões, alta de 30,2% em receita frente ao mesmo período de 2024. A China segue na liderança anual com 801,8 mil toneladas (44,9% do total) e US$ 4,10 bilhões, seguida por Estados Unidos (199,7 mil t; US$ 1,16 bilhão), Chile (69,3 mil t; US$ 373,3 milhões), México (67,7 mil t; US$ 364,6 milhões) e Rússia (60,0 mil t; US$ 252,6 milhões). 

Ao longo deste ano, o país já enviou carne bovina para aproximadamente 160 mercados, consolidando-se como maior exportador mundial. Além dos destinos tradicionais, houve aumento relevante da presença em mercados estratégicos no Oriente Médio, Sudeste Asiático e Leste Europeu. Segundo a ABIEC, os resultados reforçam a competitividade da carne bovina brasileira e o trabalho integrado da cadeia produtiva para atender diferentes perfis de consumo no mundo. O cenário para o segundo semestre segue positivo, com expectativa de manutenção da demanda e novas oportunidades comerciais.