COMENDADOR

Mestre Damasceno foi reconhecido como símbolo da cultura amazônica

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou em maio deste ano, no Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio de Janeiro, a medalha de Comendador da Ordem do Mérito Cultural (OMC) ao paraense Mestre Damasceno
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou em maio deste ano, no Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio de Janeiro, a medalha de Comendador da Ordem do Mérito Cultural (OMC) ao paraense Mestre Damasceno

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou em maio deste ano, no Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio de Janeiro, a medalha de Comendador da Ordem do Mérito Cultural (OMC) ao paraense Mestre Damasceno, ícone da cultura popular da Ilha do Marajó, no Pará.

A comenda é a mais alta honraria concedida pelo Ministério da Cultura, e reconhece a significativa contribuição do mestre à preservação e valorização das tradições populares amazônicas, em especial do carimbó, das toadas de boi, da poesia oral e da criação do Búfalo-Bumbá de Salvaterra — manifestação que mistura teatro popular, imaginário amazônico e identidade quilombola marajoara.


Trajetória de resistência, arte e tradição

Mestre Damasceno perdeu a visão aos 19 anos, em um acidente de trabalho. Desde então, reinventou sua vida por meio da arte, tornando-se referência cultural na Amazônia. Hoje, é autor de mais de 400 composições, com seis álbuns gravados, e atua há mais de cinco décadas como promotor e defensor das tradições do arquipélago do Marajó.

“É com grande alegria que recebo a Ordem do Mérito Cultural. Trago comigo tudo o que aprendi com meus pais e avós, ancestrais quilombolas. São mais de 50 anos dedicados às tradições culturais marajoaras, e hoje colho os frutos de uma vida inteira de trabalho. Espero fazer ainda mais”, declarou o artista em suas redes sociais na época.

Damasceno também celebrou a importância simbólica da cultura como ferramenta de transformação social:

“Uma honra. Sabemos o quanto a Cultura é um instrumento de inclusão e de igualdade, de fortalecimento de identidades e de preservação do nosso território, e por isso é tão importante que ela seja mantida e valorizada.”


Em sua publicação, o mestre exaltou o protagonismo cultural paraense:

Viva os Mestres e Mestras do Estado do Pará! Viva o Carimbó, o Boi-Bumbá, os Abridores de Letras, os Artesãos, Ceramistas, Guitarreiros, mestres/as de Cordões de Pássaros e toda a nossa gente que, apesar das dificuldades do dia-a-dia, segue fazendo o seu ofício, porque essa forma de viver faz parte do que nos constitui.”

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.