LUTO NA CULTURA PARAENSE

Morre Mestre Damasceno aos 71 anos em Belém

A cultura popular do Marajó está de luto. Faleceu na madrugada desta terça-feira (26), em Belém, o compositor e poeta Mestre Damasceno.

Morre Mestre Damasceno aos 71 anos em Belém

Pará - A cultura popular do Marajó está de luto. Faleceu na madrugada desta terça-feira (26), em Belém, o compositor e poeta Mestre Damasceno, um dos maiores nomes da tradição marajoara, aos 71 anos. Ele estava internado em um hospital particular e morreu em decorrência de pneumonia associada à insuficiência renal.

Damasceno havia sido diagnosticado em junho com um câncer em estágio metastático e, desde o início de agosto, estava hospitalizado no Hospital Ophir Loyola. Nos últimos dias, familiares chegaram a pedir orações por sua recuperação.

Um legado de resistência

Nascido em 1954 na comunidade quilombola do Salvá, em Salvaterra, Damasceno transformou sua vivência em música, poesia e festa popular. Mesmo após perder a visão em um acidente de trabalho aos 19 anos, construiu uma trajetória marcada pela criação do Búfalo-Bumbá, manifestação que mistura elementos da cultura quilombola, do carimbó e das lendas amazônicas.

Ao longo de cinco décadas, compôs mais de 400 músicas, consolidando-se como referência na tradição oral e no carimbó.

Reconhecimento e homenagens

Nos últimos anos, sua obra foi celebrada em diversas frentes: recebeu a Ordem do Mérito Cultural, em 2024, e foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Pará. Também foi um dos fundadores da Academia Marajoara de Letras, ocupando a cadeira da Tradição e Poesia Oral.

Damasceno levou o Marajó ao cenário nacional ao participar de desfiles no Sambódromo do Rio de Janeiro. Em 2023, esteve presente no enredo do Paraíso do Tuiuti e, em 2025, na Grande Rio, cujo samba exaltou as águas amazônicas e recebeu nota máxima.

Inspiração eterna

Mais do que um mestre da cultura popular, Damasceno era considerado guardião das memórias marajoaras. Sua música e poesia continuam ecoando nas festas de Salvaterra, no ritmo dos curimbós e no imaginário de quem reconhece no Marajó uma fonte inesgotável de criatividade e resistência cultural.

Débora Costa

Coordenadora do site Diário do Pará

Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela UNAMA (Universidade da Amazônia). Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing Empresarial com ênfase em mídias e redes sociais. Coordena o site Diário do Pará, parte do Grupo RBA, desde 2010. Ao longo da carreira, atuou na cobertura de diversas editorias, além de ter experiência no veículo de TV e na Coordenação do Núcleo de Mídias Digitais. 📍 Nascida em Belém-PA 📌 Redes Sociais: 📷 Instagram: @debboracosta 🐦 X: @debboracosta 💼 LinkedIn

Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela UNAMA (Universidade da Amazônia). Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing Empresarial com ênfase em mídias e redes sociais. Coordena o site Diário do Pará, parte do Grupo RBA, desde 2010. Ao longo da carreira, atuou na cobertura de diversas editorias, além de ter experiência no veículo de TV e na Coordenação do Núcleo de Mídias Digitais. 📍 Nascida em Belém-PA 📌 Redes Sociais: 📷 Instagram: @debboracosta 🐦 X: @debboracosta 💼 LinkedIn