Feirantes de Belém, principalmente na região da Pedreira, têm comemorado o bom fluxo de clientes, inclusive em períodos que antes eram considerados a xêpa. “Eu acho que o movimento está bom tanto de manhã quanto à tarde. Depois das quatro até umas sete horas da noite fica com um bom movimento”, explica a feirante Ruth Paixão, 44. “Claro que de manhã tem mais gente, fica uma loucura. À tarde é mais calmo, mas vem muito cliente que está voltando do trabalho, que não pode vir à noite”, completa.
O casal Luiz Carlos Colares, 63, e Ruth Menezes, 54, é dono de uma barraca de verduras e se revezam no atendimento aos fregueses. O trabalho começa às 6h e segue até 19h. “Nesse horário do fim da tarde é mais ‘pingado’. Vem um consumidor ou outro, mas isso já é um bom movimento. Dá para vender em boa quantidade”, explica Luiz Carlos. “Todos os dias têm sido bons por aqui. Às vezes, o dia de semana está melhor do que o sábado. Antigamente o povo tinha isso de fazer feira aos sábados e domingos, mas te confesso que agora é todo dia o mesmo movimento”, acrescenta Ruth.
Gabriele Alves, 25, trabalha na barraca de frutas do pai. Ela fica das 14h às 20h no ponto e afirma que o perfil dos consumidores muda no horário da antiga xêpa. “É o horário da pessoa procurar pelos produtos do jantar, algo para complementar o que já tem em casa. Vem muita gente procurar acerola, frutas assim, só para fazer um suco. Sai muito limão também. É para melhorar o jantar, entende?”, explica a jovem.
Entre os fregueses, a percepção é semelhante. Raimundo Júnior, 59, porteiro, avalia que hoje em dia existem menos produtos em promoção nas feiras. “É o mesmo preço da manhã. Às vezes a gente acha uma promoção, mas geralmente é o mesmo valor. Para mim é mais cômodo, porque eu saio cedo para Nazaré e não consigo ir à feira em outro horário. É bom poder ter os produtos frescos como tem aqui”, afirma.