As emissoras e os canais de streaming estão cada vez mais dominados por ex-jogadores nas bancadas. O que poderia ser um reforço valioso na análise crítica de jogos ou atletas específicos virou apenas um detalhe.
O olhar de quem esteve dentro de campo funcionava muito bem até alguns anos atrás, quando ex-boleiros renomados, com boa comunicação e, acima de tudo, inteligência, ofereciam comentários cirúrgicos e enriquecedores. Mas o tempo passou, e hoje muitos se transformaram apenas em “passadores de pano”, especialmente para atletas com alguma relevância nas redes sociais. O corporativismo entrou em campo com força total.
Além disso, há também aqueles que tentam “assassinar” a língua portuguesa com comentários rasos e mal articulados — mas isso já é outra história. Uma parte desses comentaristas se especializou em animar a plateia com piadas fora de hora, como se isso fosse regra básica. Claro, o bom humor é sempre bem-vindo, mas há tempo e lugar para tudo. Quando a graça vira o centro da audiência, os programas perdem o sentido de existir.
Para quem realmente gosta de futebol, está cada vez mais difícil assistir a esses programas com os mesmos formatos desgastados. A crítica deu lugar à mediocridade — assim como a qualidade do nosso futebol.
Isso não significa que apenas jornalistas devam ocupar esses espaços. A classe também tem seus “bagres” e enganadores. E, agora, alguns que finalmente decidiram assumir suas paixões clubísticas o fazem sem nenhum pudor, defendendo seus times em comentários que deveriam ser isentos, apenas para agradar a torcida.
Equilíbrio e consciência sobre a quem se dá voz deveriam ser os critérios centrais. Afinal, estão falando para multidões com o poder de formar opinião. Sorte nossa que ainda temos o controle remoto na mão — seja para mudar de canal ou para quase quebrar o botão de “mute” durante uma transmissão.
Voltamos a qualquer momento…