Para Helder Barbalho (MDB), o Brasil não deve dar vitórias a Donald Trump como meio de negociação do tarifaço, como sugerido por Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“O Brasil deve dar vitória ao povo brasileiro. O Brasil tem que servir ao povo brasileiro. Quem tem que cuidar de dar vitória ao presidente dos Estados Unidos é o povo americano. Nós temos que cuidar dos desafios do Brasil, que são muitos. E não imaginar que é papel do Brasil ficar fazendo homenagem a outra nação”, afirmou o governador do Pará, nesta quarta-feira (20), em evento promovido pelo Santander.
Na segunda (18), também em um evento da Faria Lima, o governador de São Paulo defendeu que o Brasil deveria conceder uma vitória a Trump para destravar as negociações do tarifaço.
“Eu acho que é fundamental compreender um pouco do estilo do presidente americano. É um presidente que vive na economia da atenção. É um presidente que gosta de sentar com o chefe de Estado, botar um chefe de Estado sentado lá e dizer: olha, conseguiu uma vitória. E ele está querendo colecionar vitórias. Então, por que não entregar alguma vitória para ele? Por que não fazer algum gesto?”, questionou Tarcísio.
A declaração do governador paulista gerou críticas por parte do governo Lula. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu Tarcísio nas redes sociais.
“Governador Tarcísio precisa entender que a soberania nacional não é algo para ‘dar de presente’, como ele acha que @LulaOficial deveria fazer diante da chantagem de Bolsonaro e Trump”, escreveu Gleisi. “Quanto mais se encontra com bilionários e banqueiros, mais distante Tarcísio vai ficando dos interesses do país e da população.”
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu a declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de que o Brasil deveria dar “alguma vitória” para os Estados Unidos na negociação do tarifaço, por compreensão ao estilo do presidente americano, Donald Trump.
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Tarcísio disse, durante evento na capital paulista nesta segunda-feira (18), que Trump era um líder que gostava de colecionar vitórias, e que o Brasil poderia fazer, portanto, um gesto aos EUA.
“Governador Tarcísio precisa entender que a soberania nacional não é algo para ‘dar de presente’, como ele acha que @LulaOficial deveria fazer diante da chantagem de Bolsonaro e Trump”, escreveu Gleisi. “Quanto mais se encontra com bilionários e banqueiros, mais distante Tarcísio vai ficando dos interesses do país e da população.”
Para Helder Barbalho, a discussão em torno das tarifas impostas pelos EUA não enfraquece a COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA).
“Pelo contrário. Isto aumenta a possibilidade do Brasil ser protagonista da agenda da sustentabilidade. É isso que o Brasil deve fazer. Mostrar aquilo que tem realizado. É o país que mais preserva a sua floresta, que tem maior percentual de energia limpa. Portanto, nós temos toda a autonomia e a altivez para apresentar na COP o Brasil como referência”, afirmou o governador a jornalistas.
O emedebista também voltou a garantir que a capital paraense tem os leitos necessários para hospedar os participantes da conferência.
“Hoje, nós temos 53 mil leitos disponíveis em Belém, o que significa mais do que o dobro do número de pessoas que passaram por Baku no principal dia de visitação. Por outro lado, a garantia às Nações Unidas de que todos os 196 países que compõem a Conferência das Partes da ONU estarão com as suas delegações asseguradas. Isso está já formalizado e garantido”, afirmou Barbalho.
JÚLIA MOURA
