Mais uma vez, a amêndoa de cacau produzida no Pará termina entre as melhores do Brasil. No último final de semana, em São Paulo, durante o anúncio dos ganhadores do II Prêmio Brasil Chocolate do Cacau à Barra, os três primeiros lugares foram conquistados pelos chocolates que utilizaram as amêndoas cultivadas no assentamento Tuerê, no município de Novo Repartimento, localizado na Região de Integração Lago Tucuruí, sob influência da Rodovia Transamazônica (BR-230).
Os cacauicultores João Evangelista (ouro), Valdemiro Brochel (prata) e João Rios (bronze) forneceram as amêndoas para os chocolates que conquistaram respectivamente os três primeiros lugares. O concurso integrou a programação da Feira Brazil Bean to Bar Chocolate Week, evento que promove o chocolate fabricado por chocolateiros que adquirem a barra diretamente dos produtores.
Foi no Festival Internacional do Chocolate e do Cacau, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) em 2023, no Hangar Convenções e Feiras que o produtor João Evangelista – popularmente conhecido como “Rogério” na sua comunidade – conheceu a chocolateira Ariana Ribeiro, fundadora da C’Alma Chocolate, marca artesanal bean-to-bar, localizada em Goiânia, capital de Goiás, que sagrou-se a grande vencedora do concurso realizado no último final de semana. Ele lembra que após a participação nessa edição, foram geradas também outras oportunidades.
Apesar de veterano em premiações (segundo ele são 14 no total), o produtor disse que mantém a mesma simplicidade e afinco no trabalho para produzir a melhor amêndoa que puder. “Eu fiquei muito feliz com mais esse reconhecimento importante. Eu conheci a Ariana dois anos atrás no festival em Belém; depois recebi uma ligação dela e passamos a fazer negócios. Eu fiquei muito feliz não só porque a minha amêndoa ganhou, mas porque ela ganhou com o trabalho dela, com o chocolate que ela produz utilizando a minha amêndoa”, disse Evangelista.
O sítio JE, localizado no Tuerê, conta com 42 hectares, sendo oito hectares somente para o cacau. Na propriedade, como ressaltou, é utilizado o Sistema Agroflorestal (SAF) onde é feito o cultivo de maneira sustentável. Além do cacau sombreado por espécies como o açaí, ‘Rogério’ cultiva outras 36 espécies florestais, como andiroba, ipê, mogno brasileiro, taúba e angelim. Evangelista disse que de domingo a domingo ele inspeciona a sua roça.