Wladimir Costa, que cumpre pena após condenação imposta pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará por crimes de difamação majorada, extorsão, violência política de gênero e violência psicológica contra mulher, enfrenta agora um novo júri. Ele vai ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal em processo aberto a partir de uma denúncia feita em 2017 pela Procuradoria Geral da República (PGR), na qual ele é acusado de ter praticado desvio de R$ 230 mil, que seriam destinados a atividades esportivas no Pará.
O caso havia sido enviado à Justiça Federal do Pará em 2019, ano em que Costa deixou a Câmara, mas o novo entendimento do Supremo sobre foro privilegiado fez com que a ação penal retornasse à Corte, em maio deste ano.
A relatora do processo no STF, ministra Carmen Lúcia, decidiu em 5 de agosto que a Corte é a instância competente para julgar a ação penal contra o ex-deputado. A magistrada validou decisão da Justiça Federal de Barcarena (PA), que havia tornado Costa réu e encaminhado o processo por peculato ao STF.
Em julho de 2016, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará cassou seu mandato por caixa dois: omitiu gastos de cerca de R$ 410 mil em sua campanha
A Projeção e os Crimes de Wladimir Costa
Conhecido nacionalmente como o “deputado da tatuagem”, Wladimir Costa ganhou projeção em julho de 2017, quando exibiu no ombro direito uma tatuagem improvisada com o nome do então presidente Michel Temer, em meio às denúncias da Procuradoria-Geral da República baseadas nas delações da JBS. Poucos dias depois, ele admitiu que se tratava apenas de uma pintura em henna.
Em 2024, foi preso pela Polícia Federal ao desembarcar em Belém por crimes eleitorais e violência política, entre outras acusações contra a deputada Renilce Nicodemos, quando o Tribunal Regional Eleitoral do Pará o condenou a 12 anos de prisão: respondendo por violência política de gênero, difamação, injúria, perseguição e violência psicológica.
Ele chegou a ser liberado da prisão com habeas corpus, sob alegação de problemas de saúde e colocado em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, sob restrições como proibição de uso de redes sociais.
Porém, em decisão mais recente, em 19 de maio de 2025, a Justiça Eleitoral do Pará revogou sua prisão domiciliar, determinando que ele retornasse ao cumprimento da pena em regime fechado, alegando que a estrutura prisional tem condições de oferecer o tratamento médico necessário
O Julgamento no STF
Figura folclórica do baixo clero da Câmara em seus quatro mandatos, conhecido por ter feito uma tatuagem falsa com o nome de Michel Temer em 2017, o ex-deputado será julgado no STF por suposto crime de peculato.