Uma jornada rumo ao autoconhecimento leva uma mulher de meia idade a passar por uma reviravolta em sua vida. Esse é, em resumo, o teor do filme “Uma mulher sem filtro”, que estreia nas salas de cinema na próxima quinta, 21 de agosto, em todo o país. A atriz Fabiula Nascimento é quem vive o papel de Bia, sua primeira protagonista nas telonas. Dirigido por Arthur Fontes, o filme é um remake de f “Sin Filtro”, grande sucesso em países como México, Espanha, Chile, Argentina, Peru e Itália.
Leve e divertido, o filme gera uma reflexão de forma criativa acerca de Bia, uma publicitária cercada por um marido encostado, um enteado pedante, um chefe machista, uma amiga autocentrada e uma vizinha que usurpa suas noites de sono com festas frequentes. Assim, Bia precisa empenhar muita energia para manter o controle. Depois de uma experiência esotérica, ela se liberta e passa a dizer e fazer tudo o que pensa. O longa tem roteiro adaptado por Tati Bernardi (“Meu Passado Me Condena”) e tem uma trilha sonora toda especial, com nomes como Duda Beat, Letrux, Pocah, Gloria Groove, Gaby Amarantos e Iza.
Em quase 30 anos de trajetória como atriz, somente agora Fabiula Nascimento protagoniza uma história no cinema nacional. “Acho que é a vida dizendo ‘sim’, mas não diria que o protagonismo veio na hora certa, acho que deveria ter vindo antes, desculpa a ousadia. Mas vou completar 47 anos de idade e quase 30 de carreira e só agora entro no lugar que nunca tinha feito. E mais: penso que poderia fazer papéis que nunca fiz: uma jovem, uma workaholic, tem muita personagem para vir ainda”, considerou a atriz, em uma entrevista transmitida pelo Youtube, no último dia 12.
“Foi muito bacana fazer a Bia. A Tati escreve de uma maneira brilhante. Vejo essa personagem muito na mulher brasileira. Foi bom e cansativo ao mesmo tempo, porque foi 99% de tempo de tela. O número de cenas não me assustava, mas sim o fato de ter de contar essa história e não ficar chato, além de não errar as nuances da personagem. Foi um trabalho muito solitário para escaletar e não vi nenhuma cena para não me influenciar no resultado”, comenta a atriz.
Adaptar um filme que já é um sucesso internacional, e deixá-lo com a cara do Brasil, é um desafio, diz o diretor Arthur Fontes. “Por ter um caráter universal, o filme atrai o público, e foi isso que me atraiu também. Eu queria fazer uma versão diferente, e por isso chamei a Tati Bernardi, porque precisaria de um ponto de vista feminino”, comentou o diretor.
O trabalho foi feito de forma coletiva, sendo fundamental a escrita criativa de Tati Bernardi e a escolha diferenciada do elenco, continuou o diretor. “Eu e a Tati Bernardi descobrimos que temos o mesmo pensamento. Os diálogos dela são muito divertidos. A escolha mais feliz ainda foi o elenco. Eu sempre tentei colocar atores em outra caixinha. Por exemplo, é um pecado que a Fabiula não tenha sido protagonista antes no cinema”.
Outro ponto, segundo o diretor, foi colocar atores que surpreenderam em gêneros que nunca atuaram. “Como a Camila Queiroz, que chegou como um grande presente. Já percebia que ela tinha uma veia para comédia, então foi o momento de mostrar isso em cena. O Emílio [Dantas] foi outro acerto para a escolha do marido da Fabiula, que já são um casal na vida real, então foi uma grande combinação. Além de agradecer, tenho muito orgulho de ter pensado nessas escolhas do elenco”, afirmou Fontes.