CALDEIRÃO DO LEÃO

108 anos de Baenão: onde nascem lendas e vibram torcidas

Nesta sexta-feira, o estádio Evandro Almeida, conhecido popularmente como Baenão, celebra 108 anos de história.

Baenão: 108 anos de histórias, glórias e torcidas apaixonadas
Baenão: 108 anos de histórias, glórias e torcidas apaixonadas Foto: Diego Souza Santos /divulgação

Nesta sexta-feira, o estádio Evandro Almeida, conhecido popularmente como Baenão, celebra 108 anos de história. Inaugurado em 15 de agosto de 1917, o estádio é considerado o verdadeiro “caldeirão” do Clube do Remo, embora o time atualmente jogue no Mangueirão, que comporta um público maior. Mesmo assim, o Baenão guarda memórias inesquecíveis, incluindo a visita do rei Pelé em um amistoso contra o Santos.

O Baenão foi inaugurado seis anos após a reorganização do clube, que ressurgiu em 1911 com o nome “Cordão dos Onze Rowers Remistas”, renovando o espírito do “Filho da Glória e do Triunfo”. Na partida inaugural, disputada entre Reserva Naval e a Seleção da Liga Paraense de Foot-Ball, as arquibancadas foram divididas entre sócios e famílias, estabelecendo um ambiente comunitário que permanece até hoje.

Com capacidade para cerca de 14 mil pessoas atualmente, o Baenão já recebeu públicos recordes ao longo das décadas.

Fechamento, mobilização da torcida e reabertura

O estádio ficou fechado por cinco anos após a semifinal do Campeonato Paraense de 2014, quando o Remo venceu o Independente e avançou à final. A reabertura só foi possível graças à mobilização da torcida, que doou materiais de construção e recursos financeiros para a reforma.

Na reinauguração, o Remo enfrentou o Luverdense-MT em um empate por 2 a 2 pela Série C do Campeonato Brasileiro. Embora o resultado não tenha agradado a todos, o momento foi celebrado como um triunfo da paixão azulina.

Após o fechamento, a proposta de construção da ‘Arena Baenão’, idealizada pelo ex-presidente Zeca Pirão, não saiu do papel. Em 2017, um grupo de torcedores lançou o projeto “Retorno do Rei ao Baenão”, promovendo reformas em etapas para que o estádio voltasse a receber jogos oficiais em 2019, ainda sem partidas noturnas, que só seriam possíveis após a instalação de refletores em 2020.

Linha do tempo: momentos históricos do Baenão

  • 15/08/1917: Inauguração com capacidade para 2.500 pessoas.
  • 20/01/1926: Remo goleia Paysandu por 7 a 0, maior goleada azulina no clássico Re-Pa.
  • 26/05/1935: Reinauguração com capacidade ampliada; Remo vence Paysandu por 5 a 4.
  • 15/08/1940: Inauguração dos refletores.
  • 15/08/1962: Túneis para jogadores e árbitros inaugurados, reforço dos alambrados.
  • 29/04/1965: Pelé visita o Baenão no amistoso Remo 4 x 9 Santos.
  • 04/08/1965: Estádio é oficialmente nomeado Estádio Evandro Almeida, em homenagem ao ex-atleta e benemérito do clube.
  • 08/08/1968: Eusébio atua em amistoso contra o Remo; empate 1 a 1.
  • 14/02/1969: Remo conquista a Copa Norte no Baenão.
  • 09/12/1971: Título Norte/Nordeste conquistado em casa.
  • 07/09/1976: Maior público da história: 33.487 pagantes; Remo vence Paysandu por 5 a 2.
  • 07/11/1990: Seleção brasileira treina no Baenão.
  • 13/06/1992: Tuna vence Fluminense-BA e conquista a Série C.
  • 31/01/2006: Remo festeja título da Série C com vitória sobre São Raimundo.
  • 01/05/2014: Último jogo oficial antes do fechamento: Remo 4 x 0 Independente.
  • 13/07/2019: Retorno do Baenão com jogo contra Luverdense.

Evandro Almeida: símbolo de lealdade e amor azulino

Evandro Melo de Almeida, nome que batiza o estádio, é um dos maiores ídolos da história do Clube do Remo. Dedicou toda sua vida ao clube, vestindo apenas as camisas do Remo e da Seleção Paraense. Sua lealdade e paixão pelo time conquistaram o respeito e a admiração da torcida, que, após sua morte na década de 1960, decidiu homenageá-lo dando seu nome ao estádio, que desde então é conhecido carinhosamente como Baenão.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.