ECONOMIA

Os impactos do tarifaço dos EUA na economia paraense

A medida, que impõe um grande desafio à economia paraense, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Foto: Mauro Ângelo
Foto: Mauro Ângelo

O novo pacote tarifário imposto pelos Estados Unidos, com alíquota adicional de 40% sobre produtos brasileiros (10% já vigoravam desde abril), começou a valer no último dia 6 de agosto de 2025, e já projeta um impacto sobre a economia do Pará, um dos principais exportadores da Amazônia.

A medida, que impõe um grande desafio à economia paraense, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump, atinge em cheio os setores de agroindústria, exportação de madeira, pesca e mineração.

Apesar da apreensão, estudos conduzidos pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), através do seu Centro Internacional de Negócios (CIN) e do Observatório da Indústria, apontam que a sobretaxa de até 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros deverá causar um impacto moderado nas exportações paraenses.

O alívio vem das quase 700 isenções concedidas, que excluem da taxação produtos vitais da pauta local, como alumina calcinada, ferro fundido bruto e alumínio não ligado — responsáveis, juntos, por quase 53% das vendas do Pará ao mercado americano.

Mesmo com essas exceções, os produtos afetados ainda podem sofrer uma queda de 20,1% no volume exportado ao mercado dos EUA, o que se traduz em uma retração de aproximadamente 1,1% nas exportações totais do estado. Em termos econômicos, o impacto estimado no PIB paraense é de R$ 403 milhões, reduzindo a previsão de crescimento para 2025 de 3,5% para 3,38% — ou seja, uma baixa de 3,31% na projeção de avanço econômico.

Em um cenário mais extremo — caso não existissem isenções — a FIEPA calcula que as perdas poderiam alcançar os 2,81% das exportações, com queda de R$ 973 milhões no PIB estadual e contração da expectativa de crescimento econômico para 3,22%.

Alex Carvalho, presidente da FIEPA, destaca que, embora essas isenções aliviem o impacto imediato, o alerta permanece aceso. Muitas indústrias paraenses dependem quase exclusivamente dos produtos ainda tributados, o que pode afetar empregos e empresas inteiras.

“Precisamos compreender melhor, mesmo dentro desses 20% de itens que não foram isentos, como isso vai se refletir na geração de empregos e no número de empresas afetadas. Algumas dessas empresas têm quase 100% de suas exportações concentradas justamente nos produtos que continuam sendo tarifados”, destacou o presidente”.