ANÁLISE

Papão tropeça nos próprios erros

A campanha de Claudinei continua excelente, mas a pontuação do PSC sofre os efeitos do início terrível sob o comando de Luizinho Lopes.

A campanha de Claudinei continua excelente, mas a pontuação do PSC sofre os efeitos do início terrível sob o comando de Luizinho Lopes.
A campanha de Claudinei continua excelente, mas a pontuação do PSC sofre os efeitos do início terrível sob o comando de Luizinho Lopes. Foto: Jorge Luis Totti/PSC

A impressionante série invicta de nove jogos do Papão chegou ao fim na segunda-feira (11) à noite, na Curuzu, sem que os 13 mil torcedores presentes conseguissem entender a estratégia usada diante do Vila Nova-GO. Por 90 minutos, a equipe de Claudinei Oliveira se mostrou tímida, confusa nas tentativas de ataque e sérias fragilidades defensivas.

Antes de abrir o placar, aos 26 minutos do 2º tempo, em golaço de João Vieira, o Vila Nova já era superior na quantidade de ações de ataque. Inicialmente, o visitante explorava o contra-ataque, mas aos poucos, percebendo que a marcação não era tão firme, passou a ter imposição com até cinco jogadores indo à frente.

Curiosamente, o PSC aceitou as condições de jogo propostas pelo Vila Nova e passou a ter problemas para conter os avanços do time goiano, sempre mais compactado e organizado. Dodô e Ruan Ribeiro perderam chances dentro da área alviceleste.

Para justificar o baixo rendimento, o técnico Claudinei Oliveira chegou até a alegar que a forte chuva afetou a produção de seus jogadores, como se o time paraense não estivesse acostumado a jogar sob torós como o que desabou na segunda-feira à noite. Não pegou bem.

O fato é que, com Ronaldo Henrique, Leandro Vilela e Denner, o meio-campo repetiu velhos problemas, como a falta de jogadas de infiltração e criatividade na troca de passes. Com nenhum criativo no setor de armação, o time usou e abusou dos cruzamentos inúteis na área adversária.

Foi uma atitude individual que gerou o melhor momento do Papão na primeira etapa. Diogo Oliveira saiu da área e enganou a marcação. Viu Denner se infiltrando pela esquerda e deu uma assistência perfeita. Pena que o meia retardou o chute e foi bloqueado pela zaga na pequena área.

Veio a segunda etapa e começaram as mudanças, mas sem alterar o comportamento da equipe. Até saiu o gol, em cruzamento que Garcez desviou de cabeça, mas Leandro Vilela foi flagrado em impedimento.

Aí veio o erro fatal que gerou o gol do Vila. André Luís foi lançado em profundidade e teve liberdade e nenhuma marcação para chegar até a área, onde cruzou para João Vieira. O volante pegou de primeira, quase um voleio, sem chances para Gabriel Mesquita, aos 26 minutos.

O Papão tentou buscar a igualdade, mas a pressa e a falta de inspiração prejudicaram as tentativas. No fim, em meio à desarrumação da equipe, Diogo Oliveira e Edilson se desentenderam e quase brigaram.  

A campanha de Claudinei continua excelente, mas a pontuação do PSC sofre os efeitos do início terrível sob o comando de Luizinho Lopes. É preciso voltar a vencer para sair da zona de rebaixamento.

Pressão sobre a arbitragem pode gerar mais prejuízo

Durante o jogo contra o Vila Nova, a torcida atirou objetos no gramado, fato registrado pela arbitragem. Pior foi a pressão exercida pelo executivo de futebol Carlos Frontini sobre o árbitro Jonathan Benkenstein Pinheiro, com reclamações e xingamentos pelos minutos de acréscimo no 2º tempo. Esse tipo de comportamento quase sempre busca dar satisfação ao torcedor e desviar o foco das falhas do próprio time.

Uma atitude sempre equivocada, que pode ter efeito contrário ao desejado, e desnecessária porque obviamente pressionar árbitros depois do jogo não muda o placar. Como o PSC é reincidente em ações contra a arbitragem, o gesto de Frontini pode vir a provocar uma punição grave. Contra a Ferroviária, ele agiu do mesmo modo e foi citado na súmula.

E o mais surpreendente do episódio é que o árbitro não teve rigorosamente qualquer influência no resultado final. A anulação do gol de Garcez foi correta, pois Leandro Vilela estava impedido quando tocou na bola. Aliás, se alguém poderia se queixar era o Vila Nova, cujo segundo gol foi mal anulado pela arbitragem.

Atacante arruma as malas e artilheiro volta ao time

Quase três meses depois de ser contratado, o atacante Felipe Vizeu encerrou ontem o ciclo no Remo, assinando a rescisão de contrato. Maior salário do elenco e grande decepção do pacote de contratações azulinas, o jogador não conseguiu manter regularidade e fracassou na missão de fazer gols. Só marcou três vezes e, por isso, virou alvo das críticas da torcida.

Depois de boa temporada pelo Criciúma em 2024, fazendo dupla de ataque com Pedro Rocha, Vizeu não teve o mesmo rendimento do companheiro. Seguidas lesões aumentaram o desgaste junto aos torcedores e encurtaram a passagem do ex-rubro-negro pelo Evandro Almeida.

Enquanto Vizeu arruma as malas, o atacante Pedro Rocha volta ao time na partida deste sábado (16h), no estádio Jornalista Edgar Proença, contra o Botafogo-SP, pela 22ª rodada da Série B. Suspenso após ser expulso contra a Ferroviária, o artilheiro reforça a ofensiva azulina em jogo fundamental para tentar voltar ao G4.

Rocha tem 10 gols marcados e lidera a tábua de goleadores da Série B, três gols à frente de Carlão e Anselmo Ramon, ambos com 7. Um dos grandes destaques da campanha do Leão, o camisa 32 não balança as redes desde o jogo com o Goiás, na 19ª rodada.