Um empresário de 46 anos foi preso na tarde desta segunda-feira (11) suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, após uma discussão de trânsito no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte (MG). O crime ocorreu pela manhã, enquanto a vítima trabalhava na coleta de lixo junto com outros colegas.
O suspeito, identificado como René da Silva Nogueira Júnior, foi localizado por agentes da Polícia Civil em uma academia de alto padrão no bairro Estoril, região nobre da capital mineira. Para evitar uma possível fuga, os policiais montaram um cerco. René foi detido ainda com as roupas de treino e tentou esconder o rosto com um pano ao ser levado à delegacia.
Discussão teria motivado o crime
Segundo a Polícia Militar, a confusão começou quando o empresário se irritou com o caminhão de lixo parado na rua. Ele teria exigido que a motorista liberasse a passagem e, de acordo com testemunhas, chegou a ameaçar “atirar na cara” dela. Os garis intervieram para acalmar a situação, e nesse momento René sacou uma arma e atirou contra Laudemir, atingindo-o no tórax.
A vítima chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu aos ferimentos. No local do crime, a polícia apreendeu dois cartuchos, um deles intacto.
Arma pertence à esposa delegada
Em depoimento à Polícia Civil, René declarou que a arma usada no crime pertence à sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, lotada na Casa da Mulher Mineira. A Corregedoria da Polícia Civil instaurou procedimento disciplinar para apurar a conduta da delegada, que não estava presente na cena do crime.
Repercussão
Laudemir prestava serviços à Prefeitura de Belo Horizonte por meio de uma empresa terceirizada. Em nota, a prefeitura lamentou a morte e informou que a empresa contratada está prestando apoio à família. A Localix Serviços Ambientais, responsável pelo contrato, classificou o caso como “violência injustificável” e se solidarizou com os familiares e colegas do trabalhador.
Empresário será ouvido pela Justiça
René da Silva Nogueira Júnior se apresentou à delegacia com advogados e deve passar por audiência de custódia nesta terça-feira (12). Ele é CEO e sócio de três empresas e se descreve nas redes sociais como “cristão, pai, esposo e patriota”. No Instagram, onde tem cerca de 30 mil seguidores, apresenta-se como profissional do setor alimentício.
A Fictor Alimentos Ltda, uma das empresas mencionadas, confirmou que o empresário prestava serviços, mas já havia sido desligado. Já a Fictor Alimentos S/A informou que não mantém vínculo com ele.