No ambiente de trabalho, a cordialidade é vista como uma virtude mas, quando exagerada, pode se tornar um obstáculo. Sorrisos forçados, elogios genéricos e uma postura sempre afável podem parecer inofensivos, mas especialistas afirmam que essa atitude pode minar relações de confiança e enfraquecer o desempenho das equipes.
De acordo com psicólogos sociais ouvidos pela CNBC Make It, a chamada “gentileza excessiva” é frequentemente adotada para evitar desconfortos em negociações, reuniões ou momentos de tensão no trabalho. No entanto, a tentativa de suavizar conflitos com elogios vagos ou feedbacks superficiais costuma ser percebida como falta de autenticidade.
O fenômeno é explicado pelo conceito de “ignorância pluralista”: quando todos agem de forma exageradamente cordial porque acreditam que os outros esperam esse comportamento, mesmo que, na prática, poucos realmente o aprovem. Essa postura, segundo especialistas, consolida uma cultura corporativa pouco aberta a conversas francas e construtivas.
Líderes bem-sucedidos tendem a agir de forma diferente. Para eles, a franqueza é parte essencial da gestão. Feedbacks honestos, ainda que desconfortáveis, fortalecem vínculos e estabelecem uma cultura de performance baseada em confiança e clareza.
Romper com o hábito de elogiar por conveniência exige coragem e autenticidade. Mais do que parecer “legal”, dizem os especialistas, é preciso ser verdadeiro – e isso pode ser um dos maiores diferenciais para quem deseja liderar com eficácia.