Após o recesso de julho, os estudantes seguem a todo vapor na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado em novembro. Além da bateria de 90 questões, a prova é composta pela redação, importante critério de desempate e balizador na nota final. Para ajudar os alunos na preparação, o DIÁRIO conversou com especialista, que dá orientações valiosas para entregar um bom texto e fazer uma gestão positiva de tempo durante o exame.
Segundo a Cartilha do Estudante desenvolvida pelo Ministério da Educação (MEC), a prova de redação exigirá a produção de um texto dissertativo-argumentativo,em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. Para isso, é preciso selecionar, organizar e relacionar, também de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa do ponto de vista.
“O repertório sociocultural, ideológico, produtivo é uma ferramenta muito importante para a redação. Sempre recomendo que os estudantes aprofundem os estudos em filosofia, sociologia e literatura”, explica a professora de redação, Treicy Castro.
A nota da redação, que varia entre 0 (zero) e 1.000 (mil) pontos, obedece à Matriz de Referência do exame. Cada avaliador atribui uma nota entre 0 e 200 pontos para cada uma das cinco competências previstas no edital.
“Quando o aluno consegue trazer para a produção escrita um repertório que ele vê no dia a dia, enriquece a produção. Por exemplo, está assistindo um filme ou uma série, qual a problemática que tem ali?”, pontua a professora. A COP30 é uma das expectativas dos educadores para o tema da redação de 2025, levando em consideração a urgência de debater e discutir sobre mudanças climáticas.
A Cartilha do Estudante também orienta a buscar fontes de leitura variadas e de qualidade, desde obras literárias até artigos de divulgação científica, em diversos suportes: livros, revistas, sites de faculdades, blogs etc.
“Os alunos estão sempre conectados, então podem usar essa ferramenta para ampliar o repertório”, observa Treicy. O documento do Ministério da Educação instrui os alunos a pesquisar os destaques nos noticiários, além de ouvir os dois lados de uma discussão e ler os pontos de vista contrários e favoráveis ao assunto pesquisado para ampliar o horizonte argumentativo.
Essa é a prática adotada pela estudante Paula Fernanda, de 18 anos, que vai encarar o vestibular pela terceira vez. “Estudar para a redação me deu um estímulo a mais para ler. Minha mãe brinca que gasta bastante para manter o meu hábito de leitura”, conta. Além de garantir a compreensão das páginas de livros, é preciso ter serenidade para não fazer feio na prova.
“Nesse ano eu consegui focar um pouco mais no mental, sabe? Não adianta exagerar no estudo sem um preparo correto”, afirma a estudante. O controle e equilíbrio se constroem a longo prazo, ao longo do ensino médio.
Eliel Júnior tem 16 anos e cursa o segundo ano. Ele vai encarar a prova como treineiro e vê no curso de redação uma oportunidade para aperfeiçoar e lapidar os conhecimentos adquiridos.
“Acho essencial ter esse contato mais direto com a redação, não apenas para trabalhar estruturas e modelos, mas também para ficar atualizado nos acontecimentos históricos e notícias”, diz o estudante. Apesar de um processo longo e cansativo, a corrida por uma vaga na universidade não precisa se transformar em uma caminhada extenuante.
“Quem passa no vestibular é quem consegue manter a rotina de estudos e o cuidado com a saúde mental. Eles precisam viver a adolescência e intercalar os estudos com momentos de lazer, cuidado e prática esportiva”, finaliza Treicy Castro.
Calendário
As provas do Enem 2025 serão realizadas em todo o Brasil nos dias 9 e 16 de novembro. Contudo, por conta da realização da COP30, o MEC alterou a data de aplicação em Belém, Ananindeua e Marituba. Nessas três cidades as provas ocorrerão nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro.