O crescimento das plataformas de apostas esportivas no Brasil vem causando impactos expressivos no setor de alimentação fora do lar. Um estudo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revela que o percentual de apostadores que deixaram de frequentar bares ou restaurantes subiu de 24,8 % em 2024 para 28,5 % em 2025.
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Considerando que essas plataformas já ocupam a segunda posição entre os sites mais acessados no país, atrás apenas do Google, o fenômeno demonstra força e alcance crescente.
No âmbito da mão de obra, os efeitos também são alarmantes. Empregadores relatam queda na produtividade de funcionários afetados emocional e financeiramente por perdas em apostas. O perfil desses apostadores — jovens entre 21 e 35 anos com renda média de R$ 2.227 — coincide com o dos principais trabalhadores do setor, criando um ciclo de endividamento que compromete a estabilidade profissional.
Além disso, 90 % dos empresários do ramo afirmam enfrentar dificuldades para contratar, citando escassez de profissionais qualificados (64 %) e desinteresse pelas vagas (61 %). Casos extremos revelam relações de emprego abaladas, como em Fortaleza, onde um funcionário chegou a ser demitido por justa causa após furtar alimentos para sustentar sua família — situação motivada por perdas em apostas online.
A Abrasel ressalta que o vício em jogos pode se tornar transtorno mental grave, acionando reflexões urgentes sobre regulação e apoio à saúde emocional no setor.
