
Foi prorrogado o prazo para participar da maior chamada pública já realizada no Brasil voltada à restauração de áreas degradadas em Terras Indígenas. Com investimento de R$ 150 milhões do Fundo Amazônia, o programa Restaura Amazônia apoia projetos em sete estados da região: Pará, Maranhão, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso e Tocantins.
No caso do edital voltado ao Pará e Maranhão, os interessados têm até 13 de agosto para realizar o cadastro. Já o envio das propostas e documentos poderá ser feito até 18 de agosto, prazo estendido para todos os estados.
A iniciativa tem caráter inédito e prioriza o protagonismo dos povos indígenas. Todas as propostas devem contar com a participação direta dessas comunidades — seja como proponentes, parceiras ou executoras das ações de restauração. O foco está em soluções baseadas na natureza, como a restauração ecológica com espécies nativas e sistemas agroflorestais.
Serão selecionados até 90 projetos a serem implementados em áreas localizadas no chamado Arco da Restauração, que vai do leste do Maranhão até o Acre, uma das regiões mais pressionadas pelo desmatamento. As ações devem respeitar os planos de gestão territorial dos povos indígenas e seguir os normativos da FUNAI.
Os editais estão disponíveis nos sites das organizações gestoras:
• CI-Brasil (Pará e Maranhão): bit.ly/restaura-amazonia-cib
• IBAM (Amazonas, Acre e Rondônia): restauraamazonia.ibam.org.br
• FBDS (Mato Grosso e Tocantins): restaura-amazonia.fbds.org.br
Acampamento Terra Livre 2025 e a Restauração da Amazônia
A chamada pública foi lançada durante o Acampamento Terra Livre 2025, reforçando a proposta de aliar conservação ambiental, geração de renda e fortalecimento da autonomia indígena. A presidente da FUNAI, Joenia Wapichana, destacou a importância da iniciativa como um marco: “Agora chegou a nossa vez — terras indígenas propondo nossas próprias soluções para enfrentar a crise climática”.
A restauração da Amazônia é considerada uma das estratégias mais eficazes para combater as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e o avanço da degradação ambiental. Para os organizadores, a iniciativa representa um passo decisivo na construção de um futuro mais justo, sustentável e protagonizado por quem há séculos cuida da floresta: os povos indígenas.