NOVA TEORIA

Acredita no Sudário de Turim? Nova pesquisa pode mudar tudo

Durante séculos, o Sudário de Turim atraiu milhões de fiéis e estudiosos à cidade italiana onde é preservado.

O que a ciência descobriu sobre o Sudário de Turim vai surpreender você
O que a ciência descobriu sobre o Sudário de Turim vai surpreender você Foto: Cícero Moraes

Durante séculos, o Sudário de Turim atraiu milhões de fiéis e estudiosos à cidade italiana onde é preservado. A peça de linho, com 4,35 metros de comprimento por pouco mais de um metro de largura, exibe a imagem sutil da frente e das costas de um homem. Para muitos cristãos, trata-se do pano que teria envolvido o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação, há cerca de dois mil anos.

No entanto, uma nova pesquisa levanta dúvidas significativas sobre essa crença. De acordo com o designer e especialista em reconstruções 3D Cícero Moraes, o sudário não teria sido moldado sobre um corpo humano real, mas sim criado como uma representação artística em baixo relevo — algo semelhante a uma matriz esculpida, usada para imprimir a imagem no tecido.


🔬 Estudo revela nova perspectiva

No estudo publicado recentemente na revista científica Archaeometry, Moraes utilizou softwares de modelagem digital para comparar dois cenários: o comportamento de tecidos cobrindo um corpo humano real e o comportamento ao cobrir uma escultura em baixo relevo.

O resultado foi surpreendente: a imagem formada no tecido que cobria o baixo relevo coincidia quase perfeitamente com a do Sudário de Turim. Já a simulação com o corpo tridimensional gerava distorções incompatíveis com a imagem conhecida.

“A imagem do Sudário é mais compatível com uma representação artística do que com uma impressão direta de um corpo humano”, afirmou Moraes em seu artigo.


🧠 O efeito máscara de Agamenon

Moraes também citou um fenômeno chamado “efeito Máscara de Agamenon”, uma distorção natural que ocorre quando se tenta projetar um objeto tridimensional (como o rosto humano) em uma superfície plana (como um tecido).

“Se você cobrisse seu rosto com tinta e pressionasse um guardanapo, o resultado seria uma imagem achatada e alargada — longe de um retrato realista”, explicou ele ao site Live Science.

Para reforçar sua tese, o pesquisador brasileiro comparou digitalmente suas simulações 3D com fotografias reais do sudário feitas em 1931. Segundo ele, o padrão no tecido poderia ter sido criado com uma matriz de madeira, pedra ou metal, aquecida ou pigmentada nas partes em contato com o pano.