Em situação normal, o empate conquistado pelo PSC fora de casa seria um resultado a ser comemorado, mas a herança negativa do início da competição continua a manter a equipe na parte baixa da tabela. A situação é até esquisita: invicto há 9 partidas, com 21 pontos, o time segue na 19ª posição da Série B, embora com pontuação igual ou próxima aos times que estão acima na tabela.
Na Arena da Baixada, ontem, o confronto se desenvolveu sem grandes emoções ao longo do 1º tempo, embora o PSC tenha sido superior ao Atlético na maior parte do tempo, sem ceder espaços e aproveitando para desenvolver um jogo de contra-ataques. Com isso, levou perigo ao gol de Santos em vários momentos.
Em ataque agudo, logo no começo, o goleiro atleticano fez grande defesa e depois foi a vez de Belezi evitar uma finalização perigosa. Já o Furacão não conseguiu se impor e teve dificuldades para atacar. Gabriel Mesquita fez apenas uma defesa mais difícil ao longo da primeira etapa.
A situação mudou por completo no 2º tempo, quando o Atlético passou a pressionar com mais insistência, aumentou o número de atacantes e criou mais situações perigosas. Zapelli teve a melhor oportunidade, mas disparou à direita da trave de Gabriel.
Denner perdeu uma chance preciosa, errando a finalização. Já no desespero, aos 36 minutos, o Furacão chegou ao gol: o meia Dudu recebeu passe junto à área, avançou e tocou na saída do goleiro.
Aos 40’, em grande manobra, Edilson recuperou a posse de bola pela direita e passou para o centroavante Diogo Oliveira empatar o jogo, calando a torcida atleticana que ainda comemorava o gol.
Apesar dos problemas enfrentados por Claudinei Oliveira, com lesões e suspensões, o time teve um bom rendimento dentro da estratégia reativa de jogar em cima dos erros do time adversário. Mostrou outra vez grande capacidade de se recuperar logo após sofrer o gol.
No futebol, o técnico é sempre o suspeito
Na literatura policial inglesa, o culpado é sempre o mordomo. Para o torcedor remista mais empedernido, o culpado pelas oscilações do time tem nome e sobrenome: Antônio Oliveira. Ele não é absolvido nem mesmo pelas falhas individuais grosseiras que impediram a vitória em Goiânia e contribuíram para o revés em casa.
Jogadores erram à beça, mas são sempre perdoados. Pior ainda: o acúmulo de erros em campo só desaba sobre as costas do treinador. Não é exclusividade do Remo. Ocorre em todos os times e divisões. O torcedor é extremamente rigoroso no julgamento dos técnicos, mas costuma passar pano para barbeiragens de jogadores.
No caso de Pedro Rocha, cabe uma explicação. Ele perde trocentas chances de gol, mas já marcou 10 vezes e é o principal artilheiro do time e do campeonato. Quando falha, é criticado, mas seus méritos falam mais alto.
Enquanto isso, o técnico paga caro pelos tropeços do time, motivados pelas lambanças defensivas e pelos gols que o time deixa de marcar. Ou podem ser atribuídos ao treinador os erros crassos cometidos pelo jovem zagueiro Kayky, que assinou a parceria no gol do Avaí e foi participante direto nos dois gols da Ferroviária de Araraquara?
É claro que existem alguns pontos que devem ser cobrados do treinador. A ausência de um modelo de jogo que permita ao time se impor como mandante, evitando sofrer nas mãos de adversários bem organizados.
Outro detalhe de responsabilidade direta de Oliveira é a montagem do time e as trocas durante os jogos. Diante da Ferroviária, quando vários titulares sofreram os efeitos do curto intervalo em relação ao jogo com o Goiás, faltou lançar mão de atletas que estavam descansados.
Jaderson, que não atuou em Goiânia, deveria ter entrado de cara. Pedro Castro, que jogou apenas por alguns minutos, também podia ter sido escalado para compor o meio-de-campo. Marcelinho, Nathan Camargo, Freitas, PH e Felipe Vizeu também estavam disponíveis.
Como o desgaste era previsível, o técnico optou por mandar a campo praticamente o mesmo time que havia atuado em Goiânia, uma opção temerária que terminou por afetar o desempenho geral da equipe.
Goleiro paraense é destaque na Shangai Cup
Um garoto paraense foi um dos destaques na conquista da Shangai Future Star Cup Sub-16 pelo Fluminense, ontem, na China. O torneio internacional reuniu grandes clubes do mundo inteiro e, na partida final, no Pudong Football Stadium, o Flu triunfou sobre o Benfica por 2 a 0, com gols de Gabriel Justen e Danilo Melo.
A campanha invicta teve vitórias sobre Olympique de Marseille, Chelsea e Vissel Kobe. Dois atletas se destacaram no time: Carlos Miguel foi o artilheiro e eleito craque do torneio e Zafir foi o menos vazado e acabou premiado como melhor goleiro da Copa, segundo o Canal Flu News.
Cria das divisões de base do Remo, Zafir se transferiu há dois anos para o Flu e agora conquista sua primeira competição internacional.