O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, afirmou que a COP30, conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas), está mantida em Belém, mesmo com as preocupações acerca da capacidade de hospedagem da cidade para um evento de porte internacional.
“Eu acredito que essa questão das hotelarias, seja através do governo do estado, seja do governo federal, nós vamos encontrar uma solução relacionada a isso. E vai sim, a COP vai ser em Belém em novembro deste ano”, disse o ministro paraense após evento no Planalto. Jader é irmão do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).
Como mostrou a Folha de S.Paulo, um grupo de representantes de 25 países assinou um documento no qual sugerem que, se os preços de hospedagem exorbitantes na cidade não forem resolvidos, o evento deveria, ao menos em parte, acontecer em outro local.
Jader reforçou o intuito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que o evento fosse feito em um local que mostrasse a realidade de uma cidade amazônica.
“Então, tem todo um recado que o presidente Lula fala, todo mundo fala, quando em todas as COPs um dos temas principais é a amazônia. E as pessoas discutem a Amazônia a partir de um documentário, de uma opinião, muita das vezes até sem nem conhecer absolutamente nada, nunca terem passado perto e de uma cidade amazônica”, afirmou.
As declarações foram feitas após evento no Palácio do Planalto para entregar unidades do Minha Casa Minha Vida, anúncios vinculados à pasta das Cidades. Como parte da cerimônia principal, realizada em Brasília, foram entregues simultaneamente empreendimentos nas cidades de Pojuca (BA), Paulo Afonso (BA), Horizonte (CE), Açailândia (MA), Teresina (PI) e Chapada de Areia (TO).
Para o ministro, não há possibilidade de trocar a sede da COP neste ano, embora o próprio presidente da conferência, o embaixador André Corrêa do Lago, tenha confirmado que alguns países pediram que o evento não aconteça em Belém.
De acordo com o chefe da cúpula, a rede hoteleira de Belém tem cobrado preços dez vezes mais altos que o normal, quando o costumeiro para outras edições do evento é que o valor aumente muito menos, duas ou, no máximo, três vezes.
“Acredito que talvez os hotéis não estejam se dando conta da crise que eles estão provocando”, disse Corrêa do Lago.
A irritação com os altos preços dos hotéis vem sobretudo de países em desenvolvimento, como revelou a agência de notícias Reuters. Em razão disso, a UNFCCC (braço de clima da ONU) realizou uma reunião de emergência na última terça-feira (29).
No encontro, o Brasil concordou em lidar com as preocupações dos países sobre hospedagem e dar um retorno em uma nova reunião em 11 de agosto, disse à Reuters Richard Muyungi, presidente do Grupo de Negociadores Africanos, que convocou a reunião.
MARIANA BRASIL