No último fim de semana de julho, um episódio inusitado — mas infelizmente comum — ocorreu na Praia do Farol Velho, em Salinópolis: uma caminhonete Hilux foi engolida pela maré. Apesar de a praia ser menos movimentada que a vizinha Atalaia, famosa por registros frequentes de carros atolados, o dono do veículo acabou sendo surpreendido pelo avanço das águas.
A maré subiu rapidamente e impossibilitou o resgate do veículo a tempo. Resultado: a força do mar arrastou a caminhonete, que horas depois foi devolvida à praia praticamente destruída, sem a parte superior da cabine — deixando um grande prejuízo para o proprietário.
Essa é a chamada “alta temporada” de carros atolados ou submersos no litoral paraense. Mesmo com avisos e campanhas de conscientização, muitos motoristas ainda ignoram os riscos de estacionar na faixa de areia próxima ao mar. Imagens de carros sendo levados pela maré pipocam nas redes sociais todos os anos, principalmente em Salinas.
E o seguro cobre esse tipo de prejuízo?
A resposta é: na maioria dos casos, não.
Especialistas explicam que os seguros tradicionais não cobrem danos causados por submersão em água salgada, especialmente quando o carro está na areia — uma área que não é considerada via pública adequada. Existe, sim, cobertura para situações de enchente, alagamentos urbanos ou ressacas, desde que o carro esteja estacionado em ruas e não em áreas impróprias, como praias.
O que normalmente está coberto pelo seguro?
Entre as coberturas básicas estão:
- Roubo ou furto (parcial ou total);
- Incêndios e explosões;
- Acidentes (colisão, capotamento, derrapagem);
- Danos causados por terceiros de forma involuntária;
- Fenômenos naturais (granizo, vendaval, raios);
- Alagamentos urbanos e enchentes;
- Queda de objetos (como árvores, pedras, vasos);
- Acidentes durante transporte do veículo.
Situações que anulam a cobertura:
- Uso inadequado do veículo (como em praias ou eventos não autorizados);
- Direção sob efeito de álcool ou drogas;
- Motorista sem habilitação;
- Ações intencionais ou negligência grave;
- Informação falsa ou omissão no contrato de seguro.
Cada apólice tem regras específicas. Por isso, é fundamental ler o contrato com atenção e, em caso de dúvidas, entrar em contato com a seguradora.