VERÃO DIÁRIO

Verão amazônico: o que todo tutor precisa saber para proteger seu pet do calor

Calor amazônico exige atenção redobrada com cães e gatos: veja como proteger seu pet no verão
Calor amazônico exige atenção redobrada com cães e gatos: veja como proteger seu pet no verãoFoto: Divulgação

Os dias de calor mais intenso que caracterizam o verão amazônico são sentidos não apenas pelos seres humanos, mas também pelos animais de estimação. Ainda que a pelagem de cães e gatos ajude a proteger contra o clima e a promover a regulação da temperatura corporal, o verão exige cuidados específicos por parte dos tutores.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Pará (CRMV-PA) alerta que as altas temperaturas e a variação nos níveis de umidade do ar durante o verão podem ocasionar uma série de problemas para os animais de estimação. Por isso, da mesma forma que os tutores devem evitar a exposição ao sol em horários como 12h, por exemplo, o mesmo deve ser feito com os animais. O ideal é concentrar os passeios antes das 10h ou após as 18h, quando as temperaturas já estão mais amenas.

A orientação é compartilhada pela médica veterinária Patricia Arêas. Ela alerta que o primeiro cuidado a ser tomado durante esta época do ano é com a hidratação do animal, seguido da adaptação dos horários de passeios.

“O primeiro cuidado é com a questão hídrica. Todo animal tem uma quantidade hídrica diária, então a gente pode aumentar essa quantidade colocando gelo, saborizando com frutas e até com um pouquinho da própria ração, colocando vasilhas grandes de água na casa. Isso ajuda bastante”, considera.

“Os passeios de rua devem ser sempre nos horários bem cedo e no final do dia porque o coxim é uma pelezinha que sua, que nem o nariz deles e que nem a nossa pele, mas é uma pele muito sensível”.

Homenageie seu animal de estimação com nomes icônicos do futebol. Descubra opções inspiradas para celebrar o esporte mais amado do Brasil.
Calor extremo e desidratação: saiba como manter seu pet seguro no verão. Foto: Divulgação

Os coxins são aquela espécie de ‘almofada’ encontrada nas patas dos cães e gatos, e que atuam como amortecedores e protetores para as articulações durante a locomoção deles. Em contato com o concreto ou com o asfalto quente, porém, essa pele pode sofrer lesões graves. “Eles podem fazer até queimadura nas patinhas, edemas nos coxins e, com isso, eles começam a fazer as lambeduras de pata porque estão sentindo desconforto. E aí, quando a gente vê, está cheio de pododermatite por conta das queimaduras que podem ser causadas em contato com um asfalto muito quente. Fora que eles começam a fazer a troca de calor, fazendo com que o animal tenha mais dificuldade de caminhar, então não é um passeio prazeroso para eles”.

Entre os principais riscos envolvidos na exposição dos animais a altas temperaturas, está a desidratação. Em casos extremos, a própria vida do animal pode ser colocada em risco. “O animal que fica muito exposto ao calor, pode ter a temperatura elevada, fazendo dificuldade respiratória, aumentando a frequência respiratória e até mesmo vindo a óbito. Isso acontece com frequência, principalmente com as raças braquicefálicas. A gente vê os Bulldogs e os Pugs que passeiam, trocam muito calor e, em uma temperatura muito alta, eles podem passar mal”.

Para evitar tais riscos, a médica veterinária aponta algumas orientações básicas:

1.      Faça uso de protetores solares específicos para uso veterinário

A médica veterinária Patricia Arêas lembra que já existem protetores solares desenvolvidos especificamente para uso veterinário e é importante fazer uso deles. “Os animais que têm a pele muito branca, principalmente felinos que adoram ficar expostos ao sol, podem ter carcinoma (tipo de câncer) nas pontas das orelhas. Então, é importante passar o protetor solar e, realmente, recolhê-los no momento em que eles estiverem sendo muito expostos ao sol”.

2.      Mantenha um cuidado redobrado com os pelos

Outro cuidado importante e destacado pela veterinária é não deixar os cães com pelos cheios de nós porque, embaixo do nó, com a temperatura alta e com a umidade, cria-se um ambiente mais propício ao desenvolvimento de infecções. “Nós temos várias infecções, por exemplo, de dermatite húmida aguda, que é aquela lesão em que os animais se coçam muito e podem lesionar a pele, por conta do nó que está aquecendo a pele por baixo”.

3.      Fique atento aos sinais de risco

Patricia Arêas alerta, ainda, que se acontecer de o tutor passear com o seu animal em um horário muito quente e ele começar a ficar muito ofegante, com a língua apresentando uma cor já azulada, significa que ele já está entrando em uma temperatura muito alta e pode ir a óbito. Nesses casos, é preciso agir rápido. “É preciso voltar para casa, carregar o animal no colo, colocar ele no ar-condicionado, colocar panos gelados na barriga, no pescoço; colocar um gelinho na boca do animal porque ele não vai conseguir tomar água. Então, é importante levar eles para um ambiente calmo e bem fresco, para que aquela temperatura comece a voltar a ficar normal”.

DICAS

Confira ainda outras dicas do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Pará (CRMV-PA):

Ambiente fresco

Para proteger os animais de estimação nos dias mais quentes, é essencial garantir que tenham acesso a ambientes frescos e sombreados. A exposição direta ao sol deve ser evitada, especialmente por longos períodos. Sempre que possível, o ideal é mantê-los dentro de casa durante os horários de maior calor, entre 10h e 16h.

Alimentação adequada

Nos dias de calor intenso, é comum que os pets apresentem uma diminuição no apetite. Para garantir o bem-estar dos animais, recomenda-se oferecer alimentos leves e em pequenas porções. Também é importante não deixar a ração exposta por longos períodos, já que o calor pode comprometer a qualidade do alimento.

Proteção contra Parasitas

As altas temperaturas contribuem para o aumento da proliferação de pulgas, carrapatos e mosquitos. Para proteger os pets, é fundamental o uso de produtos antiparasitários adequados e a manutenção da vacinação em dia — especialmente contra doenças transmitidas por esses vetores, como a leishmaniose e a dirofilariose.

Higiene e cuidados com a pelagem

Banhos mais frequentes podem ser uma forma eficaz de aliviar o calor nos pets durante os dias mais quentes. No entanto, é preciso cautela: a água não deve estar gelada, já que a mudança brusca de temperatura pode provocar choque térmico. Em algumas raças, a tosa mais curta pode contribuir para o conforto térmico, mas é importante lembrar que a pelagem também exerce uma função protetora contra queimaduras solares.

Diversão e alívio nos dias quentes

Cães que gostam de se divertir na água podem se beneficiar de alternativas refrescantes durante os dias quentes. Piscinas próprias para pets e brinquedos que liberam jatos d’água são excelentes opções para unir lazer e alívio do calor.

Cuidados no transporte dos pets

Durante o transporte de animais de estimação em veículos, é fundamental redobrar a atenção. Jamais deixe o pet sozinho dentro do carro, mesmo que as janelas estejam abertas. A temperatura interna pode subir rapidamente, provocando insolação e, em casos mais graves, levando à morte.

Fonte: Com informações de  CRMV-PA. Disponível em: https://crmvpa.org.br/cuidados/