
Belém e Pará - As frutas típicas da região Norte apresentaram fortes aumentos de preços em Belém no primeiro semestre de 2025. Segundo levantamento do Dieese/PA, em alguns casos, os reajustes ultrapassaram os 30% no período de janeiro a junho. Quando comparado aos últimos 12 meses, a alta foi ainda mais expressiva, com alguns produtos acumulando variação superior a 70%.
A pesquisa, realizada em feiras e mercados populares da capital — como Ver-o-Peso, São Brás, Jurunas, Guamá e Icoaraci —, apontou que a pupunha liderou os reajustes no semestre, com alta de 33,85%, seguida por biribá (31,32%), cupuaçu (30,16%), piquiá (23,99%) e manga regional (23,71%). No acumulado de 12 meses, o cupuaçu se destacou com um aumento de 74,64%, seguido da pupunha (60,99%), graviola (43,44%), biribá (37,54%) e piquiá (33,98%).
De acordo com Everson Costa, supervisor técnico do Dieese/PA, a elevação dos preços está relacionada a uma série de fatores sazonais e logísticos.
“A variação dos preços das frutas regionais está diretamente ligada à oferta e à demanda, à época de colheita, à origem do produto e às condições climáticas. Cada fruta tem uma dinâmica específica, o que explica as diferenças nos percentuais de reajuste”, pontua.
Costa também chama atenção para a influência da COP 30, que será realizada em Belém em novembro deste ano. Segundo ele, a expectativa de um grande fluxo de visitantes deve aquecer ainda mais a demanda por produtos típicos da região, o que pode pressionar os preços para cima.
“A realização da COP 30 trará reflexos diretos no consumo de itens regionais, principalmente em feiras e mercados. A demanda adicional tende a elevar os preços nos próximos meses”. As análises reforçam a importância do monitoramento de preços dos produtos da biodiversidade local, que desempenham papel central na cultura alimentar e na economia regional.