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Frutas regionais ficam até 74% mais caras em Belém no último ano, aponta Dieese

As frutas típicas da região Norte apresentaram fortes aumentos de preços em Belém no primeiro semestre de 2025.

Levantamento de preço de frutas nas feira.
As frutas típicas da região Norte apresentaram fortes aumentos de preços em Belém no primeiro semestre de 2025. Foto celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Belém e Pará - As frutas típicas da região Norte apresentaram fortes aumentos de preços em Belém no primeiro semestre de 2025. Segundo levantamento do Dieese/PA, em alguns casos, os reajustes ultrapassaram os 30% no período de janeiro a junho. Quando comparado aos últimos 12 meses, a alta foi ainda mais expressiva, com alguns produtos acumulando variação superior a 70%.

A pesquisa, realizada em feiras e mercados populares da capital — como Ver-o-Peso, São Brás, Jurunas, Guamá e Icoaraci —, apontou que a pupunha liderou os reajustes no semestre, com alta de 33,85%, seguida por biribá (31,32%), cupuaçu (30,16%), piquiá (23,99%) e manga regional (23,71%). No acumulado de 12 meses, o cupuaçu se destacou com um aumento de 74,64%, seguido da pupunha (60,99%), graviola (43,44%), biribá (37,54%) e piquiá (33,98%).
De acordo com Everson Costa, supervisor técnico do Dieese/PA, a elevação dos preços está relacionada a uma série de fatores sazonais e logísticos.

“A variação dos preços das frutas regionais está diretamente ligada à oferta e à demanda, à época de colheita, à origem do produto e às condições climáticas. Cada fruta tem uma dinâmica específica, o que explica as diferenças nos percentuais de reajuste”, pontua.

Costa também chama atenção para a influência da COP 30, que será realizada em Belém em novembro deste ano. Segundo ele, a expectativa de um grande fluxo de visitantes deve aquecer ainda mais a demanda por produtos típicos da região, o que pode pressionar os preços para cima.

“A realização da COP 30 trará reflexos diretos no consumo de itens regionais, principalmente em feiras e mercados. A demanda adicional tende a elevar os preços nos próximos meses”. As análises reforçam a importância do monitoramento de preços dos produtos da biodiversidade local, que desempenham papel central na cultura alimentar e na economia regional.