
A morte da cantora Preta Gil, neste domingo (20), aos 50 anos, em decorrência de um câncer colorretal, marca mais um capítulo doloroso na trajetória da família Gil. A artista faleceu enquanto realizava tratamento nos Estados Unidos, após enfrentar a doença desde janeiro de 2023. A despedida precoce da cantora ocorre 35 anos após outra perda profunda: a do irmão Pedro Gil, morto em um acidente de carro em 1990, aos 19 anos.
Pedro, filho caçula de Gilberto Gil com Sandra Gadelha, dirigia de São Paulo ao Rio de Janeiro quando sofreu o acidente fatal. Na época, o jovem músico seguia os passos artísticos da família e havia se apresentado no Rock in Rio, em 1985, ao lado do grupo Egotrip. Em 2002, durante uma participação no mesmo festival, Preta Gil homenageou o irmão usando uma camiseta com a imagem dele no palco.
A dor de Gilberto Gil, agora com 83 anos, se renova com a perda de mais um filho. Em entrevista ao programa Conversa com Bial, em maio de 2023, o cantor falou sobre a experiência devastadora de enterrar um filho. “Tive dificuldade em me conformar com a inversão dos fatores, de o filho ir antes do pai. Isso é duro”, disse, emocionado.
Preta, que se tornou símbolo de empoderamento, representatividade e liberdade no cenário musical e cultural brasileiro, manteve-se próxima do público até os últimos meses de vida, compartilhando nas redes sociais os desafios do tratamento, sempre com mensagens de fé e esperança.
Ela deixa o filho Francisco Gil, a neta Sol de Maria, e uma legião de fãs que a admiravam não apenas como artista, mas como mulher corajosa, ativista e voz potente por causas sociais. Assim como Pedro, Preta se despede cedo demais, deixando um legado que transcende a música.
Agora, Gilberto Gil, que tanto cantou sobre amor, fé e resiliência, se vê novamente diante do silêncio que só a ausência de um filho pode causar.