
A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos ganhou um novo capítulo neste sábado (20). Além do ministro Alexandre de Moraes, outros sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tiveram seus vistos norte-americanos suspensos. A medida, que inclui também o procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi revelada por fontes do governo federal e reforça a tensão institucional entre os dois países.
A decisão foi atribuída a Marco Rubio, atual secretário de Estado do governo de Donald Trump, responsável pelas relações internacionais dos EUA. Na sexta-feira (19), Rubio já havia anunciado a revogação do visto de Moraes, estendendo a sanção a “aliados e familiares imediatos”.
Ministros afetados
Veja quem são os ministros do STF que tiveram os vistos norte-americanos suspensos:
- Luis Roberto Barroso, presidente do STF
- Edson Fachin, vice-presidente
- Dias Toffoli
- Cristiano Zanin
- Flávio Dino
- Cármen Lúcia
- Gilmar Mendes
Os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux não aparecem na lista. Mendonça e Marques foram indicados ao Supremo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e Fux já havia encerrado seu mandato como presidente da Corte.
Contexto político
A sanção acontece em meio a uma escalada de tensões diplomáticas e institucionais. O governo dos EUA, sob gestão republicana, tem demonstrado críticas a ações do Judiciário brasileiro, especialmente em decisões relacionadas a casos de liberdade de expressão e controle de redes sociais. O caso de Walter Delgatti, hacker condenado em processos ligados à operação Lava Jato e à deputada Carla Zambelli, também segue em evidência, com decisões recentes de Moraes mantendo sua prisão.
Enquanto isso, o presidente Lula convocou reuniões com o chanceler Mauro Vieira e membros da diplomacia brasileira para avaliar os próximos passos. A expectativa é que o Itamaraty se posicione oficialmente sobre a suspensão dos vistos e as implicações nas relações com Washington.