RASTREAMENTO EM TEMPO REAL

Como funciona a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro? Entenda tudo

Apesar de sua função de controle e prevenção, a tornozeleira eletrônica causa efeitos significativos na vida de quem a utiliza.

Apesar de sua função de controle e prevenção, a tornozeleira eletrônica causa efeitos significativos na vida de quem a utiliza.
Apesar de sua função de controle e prevenção, a tornozeleira eletrônica causa efeitos significativos na vida de quem a utiliza.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica nesta sexta-feira (18), por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida faz parte da investigação sobre tentativa de golpe de Estado e tem caráter cautelar, ou seja, foi imposta antes de qualquer condenação.

Segundo Moraes, há indícios de que Bolsonaro cometeu crimes como coação no curso do processo, obstrução de Justiça e atentado contra a soberania nacional. A decisão também estabelece outras restrições: o ex-presidente está proibido de usar redes sociais e deverá cumprir recolhimento domiciliar no período noturno.

A medida foi solicitada pela Polícia Federal e teve apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR), que mencionou declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre possíveis tentativas de pressionar autoridades dos Estados Unidos contra ministros do STF, da PGR e da Polícia Federal.


O que é e como funciona a tornozeleira eletrônica

O uso de tornozeleiras eletrônicas foi introduzido no Brasil em 2010 e se tornou mais comum a partir de 2011, quando passou a ser previsto em medidas cautelares e prisões preventivas. Atualmente, mais de 170 mil pessoas utilizam o equipamento no país, de acordo com dados do segundo semestre de 2024.

O dispositivo contém GPS e permite o rastreamento em tempo real da pessoa monitorada. Ele emite alertas se o monitorado ultrapassar os limites estabelecidos pela Justiça, tentar remover o equipamento ou bloquear seu sinal. A tornozeleira deve permanecer presa à perna 24 horas por dia — inclusive durante o banho e o sono — e precisa ser recarregada diariamente, o que pode gerar alertas em caso de falha.

Se houver descumprimento das regras, a central de monitoramento é notificada. Dependendo do caso, a Justiça pode avaliar a situação e determinar medidas mais severas, como prisão preventiva.


Impacto social e psicológico

Apesar de sua função de controle e prevenção, a tornozeleira eletrônica causa efeitos significativos na vida de quem a utiliza. Segundo uma pesquisa do CRISP/UFMG, 84% dos monitorados relatam desconforto físico e emocional. Muitos enfrentam estigma social, vergonha, dificuldades no mercado de trabalho e até sintomas de sofrimento mental, como ansiedade e insônia.

Mesmo quando a pessoa não foi condenada — como é o caso de Bolsonaro —, o uso do equipamento costuma ser interpretado pela sociedade como sinal de culpa ou periculosidade.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.