JUSTIÇA

Paraense condenado por bomba em aeroporto em 2022 está foragido

Condenado a nove anos de prisão, George Washington de Oliveira Sousa recebeu progressão de regime em fevereiro de 2025.

George Washington de Oliveira Sousa
George Washington de Oliveira Sousa. Foto: Reprodução

O paraense George Washington de Oliveira Sousa, condenado pela Justiça do Distrito Federal por planejar um atentado a bomba no Aeroporto de Brasília em dezembro de 2022, está foragido. Condenado a nove anos de prisão, ele recebeu progressão de regime em fevereiro de 2025.

Despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, emitido hoje, 17, determina que o comerciante do município de Xinguara, seja notificado por edital da existência da denúncia da PGR. A medida é adotada quando o acusado está em “local incerto e não sabido” e não pode ser encontrado por um oficial de justiça, garantindo a continuidade do processo na Justiça.

Washington responde pelos crimes de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, entre outros, após tentar explodir um caminhão-tanque de com 63 mil litros de querosene para aviação no Aeroporto Internacional de Brasília

Bolsonarista, o empresário de 57 anos, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal no final de dezembro de 2022, poucos dias antes da posse do recém-eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em depoimento, ele disse que o ato de terrorismo foi planejado por ele junto com outros manifestantes que estavam acampados no quartel-general do Exército na capital.

Segundo Washington, outros atos estavam planejados com o objetivo de “dar início ao caos” o que levaria à “decretação do estádio de sítio no país” que poderia “provocar a intervenção das Forças Armadas” para impedir a posse de Lula.

Declarações de George Washington

George Washington declarou em depoimento que as “palavras” do ex-presidente Jair Bolsonaro  o encorajaram a adquirir o arsenal de armas e que gastou, do próprio bolso, cerca de R$ 160 mil. “O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil” destacou, lembrando as palavras do ainda chefe do Executivo: “Um povo armado jamais será escravizado”.

O empresário foragido transportou do Pará a Brasília um arsenal de armas e munições que incluíam: duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados, além de cinco emulsões explosivas. Todo esse material foi apreendido pela Polícia Civil em um apartamento alugado por ele na capital. No depoimento à Polícia Civil, o paraense revelou que os explosivos teriam vindo de pedreiras e garimpos no Pará.

Conclusão do Juiz Osvaldo Tovani

“O propósito dele seria distribuir os armamentos a indivíduos dispostos a usá-los no cumprimento de seu intuito: garantir distúrbios sociais e evitar a propagação do que ele denomina como comunismo”, concluiu o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília.