Cametá e Pará - Com o tema “Maria, Mãe do Pilar e Mestra da Igreja, nos ensina a sermos peregrinos da esperança” e com o lema: “A esperança não engana”, os devotos de Nossa Senhora do Pilar reverenciam a santa hoje,12, a partir das 13h, durante o 31° Círio das Águas da padroeira da Vila de Curuçambaba, em Cametá, região do Baixo Tocantins.
A celebração começa com missa na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, e às 15 h inicia o Círio das Águas, saindo do Porto União. A procissão, segue pelo Rio Tocantins, embalada por orações, cânticos e várias homenagens no caminho. Ao chegar na Vila de Curuçambaba, a santa recebe as homenagens dos devotos e em seguida acontece a procissão luminosa até a capela da Rua São Pedro.
No domingo, 13, às 17h, acontece o 136° Círio, saindo do grupo Santa Luzia, localizado na Rua São Pedro, percorrendo as principais ruas de Curuçambaba, recebendo homenagens e reflexões sobre o tema da festividade. Na chegada do Círio em frente à Igreja haverá uma missa campal presidida pelo padre Clodomir Aquino.
“A Paróquia Nossa Senhora Pilar tem como administrador Padre Clodomir Aquino, que veio organizar ainda, mais esta festividade pela sua grandiosidade e importância para o povo católico. Este ano esperamos mais de 10 mil devotos para as diversas procissões, círios deste final de semana”, falou Gleiton Melo Rodrigues, coordenador da Guarda de Nossa Senhora do Pilar e historiador da UFPA.
A festividade iniciou no dia 10 de julho, às 20h, com a Missa da Descida do Pilar, presidida pelo padre Clodomir Aquino Rodrigues e encerra no dia 27/07, às 8h com a celebração de missa dedicada à Nossa Senhora do Pilar, presidida pelo Bispo de Cametá, Dom Ivanildo Oliveira Almeida, às 13h, no Salão Paroquial, com o tradicional leilão de oferendas e bingão da festividade.
A Festividade de Nossa Senhora do Pilar, foi reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial do povo cametaense pela Lei n° 462 de 23 de setembro de 2024, e busca ser reconhecida por lei como Patrimônio da Cultura do Estado do Pará. O projeto tem iniciativa do historiador Gleiton Melo Rodrigues.
“A Festa do Pilar há muito tempo deixou de ser só dos cametaense, o mês de julho tornou-se ponto de encontro dos devotos vindos de todas as partes do Pará, para agradecer, pedir e homenagear a Virgem do Pilar. Já somos Patrimônio Cultural do Pará, agora buscamos reconhecimento em lei. A Festa do Pilar é feita por seus filhos devotos, cada um doando um pouco, coroa, manto, berlinda, flores, entre outras doações, o que faz acontecer. E a fé em Nossa Senhora e seu filho Jesus que nos guia”, disse Gleiton Melo.
Desenhado e bordado pelo estilista Jorge Bitencourt, o manto da festividade deste ano segue o tema da festa, tem cores predominante pérola, verde suave e ouro, com um pilar central dourado, no centro da costa, que representa Maria como pilar da fé e da igreja, uma coluna gótica com flores e raios – símbolos de vida e fé.
“Na área frontal, broches representam a estrela guia, símbolo de Nossa Senhora, a estrela da manhã, além de ramos de lírios nos cantos, simbolizando a esperança e a pureza, e o lema ‘A esperança não engana’, bordado em dourado, guiando os peregrinos da fé!”, contou o estilista.
Devoção
A devoção à Nossa Senhora do Pilar tem origem na Europa cristã. Gleiton Melo Rodrigues explica que, de acordo com a tradição cristã, o apóstolo São Tiago estava em Zaragoza, perto do Rio Ebro, na Espanha, quando Maria, mãe de Jesus, que ainda era viva e morava na Terra Santa, apareceu para ele em cima de um pilar de mármore, rodeada de anjos, e disse-lhe para construir uma capela para sua veneração, desaparecendo em seguida. São Tiago, então, começa a construção da Igreja para Nossa Senhora do Pilar.
“Curuçambaba tem 374 anos e seu nome tem origem indígena, que significa cruz no rio. A devoção à Nossa Senhora do Pilar foi trazida pelo português Manoel Pestana de Vasconcelos, que era devoto da santa. A criação da Irmandade de Nossa Senhora do Pilar das Almas ocorreu em 1890, conforme registro da Paróquia de São João Batista. As irmandades surgem a partir das perspectivas tradicionais do período medieval, em um contexto na qual tinham como um dos objetivos a ajuda mútua, além de outras assistências aos seus associados”, contou o historiador.