VALORIZAÇÃO

Artesãs do Pará participam do Joias da Amazônia

As mulheres participantes vêm de diferentes regiões do Pará, incluindo a Região Metropolitana de Belém, Marajó e o oeste do estado

Artesãs do Pará participam do Joias da Amazônia Artesãs do Pará participam do Joias da Amazônia Artesãs do Pará participam do Joias da Amazônia Artesãs do Pará participam do Joias da Amazônia
As participantes vêm de diferentes regiões, incluindo a Grande Belém, Marajó e o oeste do estado
Projeto Joias da Amazônia, etapa de formação e pesquisa. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Quinze mulheres artesãs paraenses estão participando da Semana Criativa, que acontece no Senai Getúlio Vargas, em Belém, incentivando tanto o aprimoramento técnico quanto a criatividade, com intuito de valorizar a cultura da Amazônia. O evento começou ontem (7) e vai até 11 de julho.

Para Alex Carvalho, presidente da Fiepa e da Jornada COP+, as joias da Amazônia representam mulheres empreendedoras que usam conhecimentos tradicionais e a biodiversidade única da região para valorizar seus produtos. “Estamos diante de um projeto belíssimo, que tem o apoio do Sistema Fiepa, por meio do Senai e do selo da Jornada COP +. As joias da Amazônia são mulheres empreendedoras que, com saberes tradicionais e com a nossa riquíssima biodiversidade, agregam valores às suas produções, trazendo também os minerais, que são vocação do nosso estado”, afirma.

“Nós temos a perfeita aderência entre dois mundos que, no primeiro momento, poderiam ser muito distintos, mas o pertencimento da indústria no território paraense é mais um exemplo de que há conexões possíveis que resultarão na melhoria da vida dessas mulheres e o reconhecimento, quem sabe mundial, desses saberes”, acrescenta Alex.

As mulheres participantes vêm de diferentes regiões do Pará, incluindo a Região Metropolitana de Belém, Marajó e o oeste do estado. São quilombolas, ribeirinhas e extrativistas, todas selecionadas por uma curadoria técnica feita por Rosa Neves, uma especialista com muita experiência no setor joalheiro paraense, em parceria com o Senai e o Sesi.

As artesãs usam matérias primas da Amazônia para criar suas peças, como sementes, fibras vegetais, escamas de peixe, cerâmica típica da região, borracha, palha de tucumã, ouriços, madeira e pó de mandioca. Essas matérias primas se transformam em joias nas mãos das artistas. Durante a semana criativa, um novo material será incluído nas obras: a sucata de alumínio, que é fornecida pela Hydro.

Entre as participantes do evento está Josane Santos, de 21 anos, que trabalha como artesã há três anos e veio do Quilombo Boa Vista, localizado no Alto Rio Trombetas, em Oriximiná. Ela compartilha que essa experiência de estar imersa em conhecimento junto de tantas mulheres talentosas está sendo algo maravilhoso. “É uma experiência incrível. Estamos trazendo nossa cultura, porque minha avó já veio aqui antes. Para mim, continuar esse legado dela é algo muito importante. Estou muito grata e feliz por estar participando. Nosso trabalho valoriza o conhecimento do território, a diversidade e a força da nossa comunidade. É maravilhoso estar aqui representando minha comunidade ao lado de tantas mulheres talentosas”, comenta.

Treinamento

Nos dois primeiros dias, as quinze artistas escolhidas vão participar de treinamentos e atividades práticas e imersivas. Ao final desse período, sete delas serão selecionadas para seguir na jornada criativa. Nos três dias seguintes, esse grupo vai criar as joias que farão parte da coleção oficial do projeto, que será lançada em novembro, durante a COP 30. As peças serão vendidas e toda a renda arrecadada será destinada às artesãs.

novas possibilidades

Nathalie Kuperman, que é diretora do instituto Elabora Social, explica que a missão do instituto é oferecer novas possibilidades para mulheres, tanto na carreira quanto na vida pessoal. O Elabora Social foi criado há dois anos no Rio de Janeiro e oferece uma formação completa em joalheria e ourivesaria, em parceria com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Ela conta que, atualmente, estão na segunda turma do curso. “Na primeira turma, todas as alunas que fizeram curso conseguiram emprego na área de ourivesaria, porque não basta só qualificar; é preciso também ajudar a se inserir no mercado de trabalho. Assim, elas saem do curso com uma profissão”, diz.

Nathalie contou que recebeu um convite da Fiepa para levar o projeto ao estado, apresentando uma exposição de biojoias amazônicas. Ela explicou que, para isso, fizeram uma pesquisa para identificar artistas e artesãos de diferentes regiões do Pará. Entre eles, estão mulheres de Ananindeua, Oriximiná, do Quilombo e de comunidades ribeirinhas. “Essas mulheres criam seus trabalhos artesanais nessas áreas, e foram escolhidas por uma equipe local, que contou com a ajuda de uma curadora nesse processo”, afirmou Nathalie.

A iniciativa é do Instituto Elabora Social, que conta com o patrocínio da Hydro e o apoio da Fiepa e da Jornada COP+.

Trayce Melo

Repórter

Jornalista com experiência em redação, planejamento de estratégias e produção de conteúdo digital. Escreveu uma série de materiais independentes para o Portal Leia Já. Também atuou como social media na Secretaria de Estado de Turismo do Pará e como assessora de comunicação na Prefeitura de São Sebastião da Boa Vista, no Marajó. Além disso, atuou como analista de marketing na Enter Agência Digital. Recebeu o prêmio Internacional Premium Cop 30 Amazônia, concedido pelo ICDAM. Atualmente, é repórter do Jornal Diário do Pará.

Jornalista com experiência em redação, planejamento de estratégias e produção de conteúdo digital. Escreveu uma série de materiais independentes para o Portal Leia Já. Também atuou como social media na Secretaria de Estado de Turismo do Pará e como assessora de comunicação na Prefeitura de São Sebastião da Boa Vista, no Marajó. Além disso, atuou como analista de marketing na Enter Agência Digital. Recebeu o prêmio Internacional Premium Cop 30 Amazônia, concedido pelo ICDAM. Atualmente, é repórter do Jornal Diário do Pará.