Florinda Meza, conhecida mundialmente por interpretar Dona Florinda no seriado ‘Chaves’, voltou aos holofotes após a estreia da série biográfica ‘Chespirito: Sem Querer Querendo’, produzida pela plataforma Max. A produção, que retrata a vida e carreira de Roberto Gómez Bolaños, gerou controvérsias ao abordar seu relacionamento com Meza, com quem foi casado de 2004 até sua morte, em 2014.
Diante das críticas que passou a receber nas redes sociais, especialmente relacionadas ao início de seu relacionamento com Bolaños, ainda na década de 1970, quando ele era casado com Graciela Fernandez, Florinda optou por desativar os comentários de suas publicações.
A trama da série também menciona supostos atritos provocados por Meza nos bastidores do ‘Chaves’, incluindo seu envolvimento em separações conjugais de colegas de elenco como Carlos Villagrán (Quico) e Rubén Aguirre (Professor Girafales). A ausência dos nomes reais de Florinda e Villagrán na produção – que foram rebatizados como Margarita Ruíz e Marcos Barragán – também chamou a atenção do público, reforçando especulações sobre a falta de autorização ou envolvimento da dupla no projeto.
Outra polêmica reacendeu com a lembrança de uma entrevista dada por Florinda e Bolaños em 2004, na qual ela se referiu aos seis filhos do marido e à ex-esposa como “sete defeitos”. A atriz justificou recentemente que, apesar da fala, sempre tratou os filhos do ator “muito bem” enquanto estavam juntos, afirmando que há provas disso.
Carlos Villagrán, por sua vez, declarou em entrevista à TV argentina, em 2022, que ouviu relatos de que Florinda tratava Bolaños com rigidez, mas afirmou nunca ter presenciado qualquer tipo de agressão.
Contrária à produção desde o início, Florinda se manifestou pela primeira vez em 2024, quando o projeto foi anunciado, alegando que a obra não respeita a memória do marido. “Isso causaria grande dor ao Roberto. Mas quem se importa com a opinião de alguém que já partiu?”, escreveu na época.
Agora, com a série já em exibição, a atriz publicou um desabafo nas redes sociais no último dia 2. No texto, ela diz não pretender rebater cada acusação e prefere focar no legado de Bolaños. “Mesmo que eu fosse a pior pessoa do mundo – que não sou –, os valores mais bonitos do Chaves eram o perdão, a reconciliação e a frase que todos conhecemos: ‘A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena’.”
Florinda Meza encerra a mensagem pedindo reflexão ao público e reafirma seu compromisso em preservar a memória de Roberto Gómez Bolaños, sem entrar em disputas pessoais.
DESABAFO – LEIA NA ÍNTEGRA
A Trajetória do Personagem Chaves
“O personagem do Chaves surgiu de uma adversidade, mas nasceu diferente. Diante da partida iminente de Ruben, Roberto teve que inventar algo. Enquanto fazia isso, ele decidiu dar mão a um esquete que tinha funcionado, sobre uma criança e um vendedor de balões. Colocou-o provisoriamente e por emergência.
O esquete teve muita aceitação e decidiu colocá-lo de novo, com uma nova situação. Depois, foi adicionando diferentes personagens e assim, SEM QUERER QUERENDO, nasceu um dos personagens mais cativantes da televisão. O time back para começar as gravações? Isso não aconteceu, mas é uma boa ideia pensar que teríamos feito assim.
Roberto não escreveu o ‘Chaves‘ para ‘bater na concorrência’… Mas ele bateu-lhe. Também não vivia pensando em agradar a todos, mas conseguiu. Sua genialidade não está no vestiário, ou nos atores, esses são complementos do seu verdadeiro segredo: os guiadores.
Aí, nessa forma de levantar cenas, diálogos, ação e repetição, remates, ritmo, surpresa e emoção, aí está o seu gênio. É por isso que os programas transpassaram o tempo e o espaço, por isso continuam em vigor e, por isso, são um tesouro para a cultura latino-americana. E é por isso que é tão importante preservá-lo, eles fazem parte de nossas vidas. Magoar isso é prejudicar a nós mesmos.
O Desabafo e o Legado de Roberto Bolaños
Eu não vou sair e desmentir cada uma das calúnias e ataques contra mim porque isto não é sobre mim.
É sobre vocês, é sobre TODOS!…Mesmo que eu fosse a pior pessoa do mundo, que não sou, os valores mais bonitos do Chaves eram o perdão, a reconciliação e a frase que todos conhecemos: ‘A vingança nunca é boa, mata a alma e envenena’.
Tantas mentiras, tantos julgamentos imprudentes sem realmente conhecer os fatos, tanto ódio prejudica vocês. E prejudica uma linda memória que compartilhamos e que nos uniu como irmãos por mais de 4 gerações, sem barreiras, sem fronteiras.
Todos nós que conhecem o Chaves, compartilhamos isso no nosso DNA. As novas gerações merecem receber esse tesouro. A todos que lerem esta mensagem, peço que reflitam. Eu continuarei falando a verdade sobre o legado do Roberto, mas não vou falar sobre mim.”