A NASA confirmou a detecção de um novo cometa interestelar que está cruzando o sistema solar em alta velocidade. Chamado de 3I/ATLAS, ele é o terceiro objeto desse tipo já identificado na história da astronomia, e representa uma rara oportunidade para a ciência estudar um corpo celeste vindo de fora do nosso sistema. A descoberta foi feita no Chile por meio do telescópio ATLAS, que rastreou sua trajetória e confirmou que o cometa não está ligado gravitacionalmente ao Sol, o que comprova sua origem interestelar. Atualmente, o 3I/ATLAS se encontra próximo à órbita de Júpiter, deslocando-se a impressionantes 59 quilômetros por segundo.
De acordo com a NASA, o cometa fará sua maior aproximação ao Sol no final de outubro de 2025, passando entre as órbitas de Marte e da Terra. Apesar da passagem próxima, não há risco de colisão: a distância mínima entre o cometa e a Terra será de cerca de 240 milhões de quilômetros, com uma trajetória que o levará mais próximo de Marte. Astrônomos já realizaram mais de 100 observações desde a descoberta e confirmaram que o 3I/ATLAS possui uma coma — uma nuvem de gás e poeira ao redor de seu núcleo — além de uma cauda visível, típica de cometas. As primeiras análises indicam que seu núcleo gelado pode ser maior do que os de objetos interestelares registrados anteriormente.
O diretor do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da NASA, Paul Chodas, explicou que cometas interestelares como o 3I/ATLAS podem levar milhões de anos para viajar de um sistema estelar a outro. Acredita-se que este cometa venha de uma região mais próxima ao centro da Via Láctea, embora ainda não seja possível identificar sua estrela de origem. A previsão é que o cometa permaneça visível para telescópios até setembro de 2025, desapareça temporariamente ao passar atrás do Sol e volte a ser observável em dezembro, após completar parte de sua órbita.
O 3I/ATLAS se junta a um seleto grupo de objetos vindos de fora do Sistema Solar. O primeiro foi o 1I/‘Oumuamua, descoberto em 2017 no Havaí, seguido pelo 2I/Borisov, registrado em 2019 por um astrônomo amador na Crimeia. Ao contrário desses, que vieram de regiões menos profundas da galáxia, o 3I/ATLAS parece ter origem mais distante, o que o torna ainda mais interessante para os pesquisadores. Segundo Chodas, “É um visitante natural de outro canto da galáxia. Não é artificial, embora alguns possam se animar com essa ideia… é extraordinário”. A comunidade científica está entusiasmada com as possibilidades que essa visita oferece, pois esses cometas interestelares funcionam como mensageiros cósmicos, conectando nosso sistema a outros pontos distantes da galáxia.