CULTURA

Clima sob a perspectiva LGBTI+

A programação gratuita inclui roda de conversa, performance, música e artes visuais

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A programação gratuita inclui roda de conversa, performance, música e artes visuais
A programação gratuita inclui roda de conversa, performance, música e artes visuais

“Faz parte de um bloco de shows de lançamento atrelados ao meu mais recente projeto, meu terceiro disco chamado ‘Mapará’, já disponível em todas as plataformas digitais”, conta a cantora Melissandra, referência da cena musical LGBTI+ amazônica, sobre o show que apresenta hoje, 4, dentro da programação gratuita do “Clima de Orgulho: Vivências LGBTI+ Amazônidas”, do projeto Amplifica Juventudes. O evento vai reunir rodas de conversa, arte, lançamento de documentário, exposição e show musical para discutir os impactos da crise climática sobre a população LGBTI+ da Amazônia. A atividade acontece das 17h às 21h, na sede da Unipop, no Umarizal.

Natural de Marabá, a cantora, compositora e performer paraense, é uma das vozes emergentes do pop amazônico contemporâneo, unindo sonoridades do norte do Brasil a ritmos como funk, rap, brega e carimbó, sempre atravessados por vivências trans e críticas sociais em suas composições.

“Nesse show canto as músicas do disco lançado, com a proposta de envolver o público com a história da personagem do disco, a encantada A Nik Lamento, através de uma performance que alinha dança, teatro e música, evocando à tona temáticas políticas, sociais e ambientais que o projeto comunica. E é uma grande alegria somar ao evento com esse show e poder compartilhar junto a pessoas tão potentes as artes e manifestos produzidos por nossas vivências, valorizando a cultura popular LGBT+ feita na Amazônia paraense”, diz.

PERFORMANCE

Na programação haverá ainda a performance da artivista Maria Flor e o lançamento do documentário “TRANSformar e Reexistir”, produzido por jovens do projeto, DJ set de WLBSTR. “Já desenvolvo esse trabalho há mais de 5 anos e sempre sou convidado a fazer abertura de eventos com essas temáticas LGBTs, porque são atravessamentos que me passam, enquanto ser uma travesti interiorana – sou de Santarém -, mas também fui criada em vários lugares durante a minha infância e adolescência, no Piauí, Minas Gerais, Brasília, morei no Amapá, em todo lugar que passei não me sentia pertencente a lutar por um território. Então, essa poesia me demarca também a luta e a força de territórios e de sofrimentos e cansaços, dores, angústias que esses territórios vem passando”, falou Maria Flor sobre a performance que fará no evento.

Segundo Maria Flor, a performance também permeia falas nos movimentos pretos. “Eu, enquanto uma pessoa racializada, com descendência indígena, travesti, ressignifico essa questão de corpo e território, justamente porque as nossas pautas por luta de território, por luta de pertencimento, ela também atravessa essa identidade que não é só identidade negra, enquanto uma vivência travesti, interiorana e racializada”, destacou. Ela utiliza a moda, performances, apresentações e desfiles como ferramentas de resistência e conscientização.

ARTE & DEBATE

O evento também contará com exposições fotográficas das séries “ClimArt” e “Juventudes Amazônidas”, com imagens, colagens e lambes que retratam a força e a diversidade das juventudes no território e suas visões sobre o clima em suas comunidades. O evento propõe uma escuta ativa das vivências LGBTI+ no território amazônico, em diálogo com os desafios impostos pela emergência climática — especialmente no contexto da realização da COP 30, que ocorrerá em Belém em novembro deste ano.

A programação conta ainda com duas rodas de conversa: “Crise Climática e População LGBTI+ em Tempos de COP 30”, com foco nas interseccionalidades entre gênero, sexualidade, raça e meio ambiente; e “Em Pauta: Comunicação, Cultura e Diversidade na Amazônia”, que discute o papel da comunicação popular e das expressões culturais na afirmação de direitos e no enfrentamento à desinformação.

O Amplifica Juventudes é uma iniciativa do Instituto Universidade Popular (Unipop) em parceria com a Associação Cultural na Cuia e a Liga de Cuidados Integrais à Diversidade Sexual e de gênero (LACIGS+). O projeto tem como missão realizar ações de incidência política a partir da comunicação popular, visando a ampliação do espaço para a garantia da democracia, dos direitos humanos e da justiça climática.

Participe

Clima de Orgulho: Vivências LGBTI+ Amazônidas

Quando: Hoje (4), das 17h

às 21h.

Onde: Unipop (Av. Senador Lemos, 557 – Umarizal)

Quanto: Gratuito.