FÓRUM

Em Lisboa, Helder anuncia novas concessões florestais no Pará para reflorestamento

Governador apresentou metas de reflorestamento, redução do desmatamento e iniciativas de bioeconomia do estado, que sediará a COP30.

Em Lisboa, Helder anuncia novas concessões florestais no Pará para reflorestamento Em Lisboa, Helder anuncia novas concessões florestais no Pará para reflorestamento Em Lisboa, Helder anuncia novas concessões florestais no Pará para reflorestamento Em Lisboa, Helder anuncia novas concessões florestais no Pará para reflorestamento
Em Lisboa, Helder Barbalho reafirma compromisso do Pará com novas concessões para reflorestamento em 2025
Em Lisboa, Helder Barbalho reafirma compromisso do Pará com novas concessões para reflorestamento em 2025 Foto: Jonathan de Lima Pinto / Divulgação

O governador do Pará, Helder Barbalho, reafirmou, nesta quarta-feira (2), durante sua participação na 13ª edição do Fórum de Lisboa, o compromisso do estado com a recuperação de áreas degradadas, por meio de duas novas concessões para reflorestamento ainda em 2025. No evento, o chefe do Executivo estadual destacou que o Estado tem como meta recuperar 5,7 milhões de hectares até 2030, quase metade do compromisso nacional, e que, para cumpri-la, tem feito um chamamento à iniciativa privada.

“Fizemos a primeira concessão do Brasil, exitosa, em que, por meio de um leilão na Bolsa de Valores de São Paulo, concedemos 12 mil hectares na APA Triunfo do Xingu, que é muito simbólica, entre São Félix e Altamira, por ser a área de proteção ambiental do Brasil que mais sofre pressão de desmatamento. E isto foi um absoluto sucesso, tanto que, ainda este ano, faremos duas novas concessões, totalizando mais de 30 mil hectares”, reforçou o governador.

Na ocasião, Helder ainda destacou que: “este certamente é um farol para estimularmos outros entes da federação e também o governo brasileiro a se mobilizarem para que a iniciativa privada possa ser responsável por este processo de recuperação do estoque florestal, a partir de uma atividade econômica”.

O governador participou do painel "Governança Ambiental e Agenda Verde: inovação para o século XXI"
O governador participou do painel “Governança Ambiental e Agenda Verde: inovação para o século XXI”. Foto: Jonathan de Lima Pinto / Divulgação

O evento, que reúne acadêmicos, gestores, especialistas, autoridades e representantes da sociedade civil organizada do Brasil e da Europa, é organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), pelo Lisbon Public Law Research Centre (LPL), da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário – FGV Justiça (FGV).

O governador participou do painel “Governança Ambiental e Agenda Verde: inovação para o século XXI”, ao lado de nomes como Maria Tereza Uille, colaboradora da Presidência do Conselho Nacional do Ministério Público; Marcelo Martins, CEO da empresa de bioenergia Cosan; Bruno Machado Ferla, vice-presidente de M&A, Jurídico, Compliance & Governança da BRF; Caio Cordeiro Resende, diretor do IDP; o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa Castro; e Luiz Lessa, presidente do Banco da Amazônia. A mediação foi feita pelo advogado Jorge Galvão.

Estiveram presentes o senador Jader Barbalho, a deputada Elcione Barbalho, o ministro das Cidades, Jader Filho, e o presidente do MDB, Baleia Rossi.

Sobre os desafios do Brasil na agenda de sustentabilidade, o governador do estado que receberá a próxima Conferência do Clima das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, afirmou que o país está tendo a oportunidade se ser referência.

Estiveram presentes o senador Jader Barbalho, a deputada Elcione Barbalho, o ministro das Cidades, Jader Filho, e o presidente do MDB, Baleia Rossi.
Estiveram presentes o senador Jader Barbalho, a deputada Elcione Barbalho, o ministro das Cidades, Jader Filho, e o presidente do MDB, Baleia Rossi. Foto: Jonathan de Lima Pinto / Divulgação

Brasil e a Agenda da Sustentabilidade

“A temática deste painel aborda, certamente, um dos maiores desafios que o Brasil enfrenta ao se propor a liderar a agenda da sustentabilidade no mundo, e deve fazê-lo. Esta é uma grande oportunidade que o Brasil possui de ser referência a partir das práticas que já exerce, e deve valorizar essas práticas, sob pena de ficar refém das narrativas que imputam ao país a responsabilidade e o protagonismo pelo equilíbrio climático, a partir da riqueza dos biomas existentes em nosso território”.

Segundo ele, “cada vez mais, o mundo estará colocando a integridade climática e ambiental como valor necessário para as atividades privadas, bem como para os protocolos das instituições públicas. E o Estado do Pará buscou, a partir de 2019, virar a página e construir um novo capítulo da sua história. Ao longo do tempo, o Pará foi o principal emissor de gases de efeito estufa entre as 27 unidades da federação, tendo 95% de suas emissões oriundas do uso do solo”.

Helder Barbalho lembrou que, a partir de 2019, o Pará adotou medidas estruturantes para enfrentar o desmatamento e as mudanças climáticas, como a criação da Política Estadual sobre Mudanças Climáticas e do Plano Estadual Amazônia Agora, voltados para a mudança do uso do solo no território paraense, e destacou resultados positivos no combate ao desmatamento.

“Ainda temos um hercúleo desafio, mas reduzimos em mais de 50% o desmatamento em números absolutos. E isso foi compatibilizado com um novo olhar sobre as áreas degradadas do estado e uma nova economia verde, conciliando agricultura, pecuária e floresta. A partir do sucesso das ações de comando, controle e fiscalização, precisávamos encontrar uma porta de saída para o uso do solo, para equalizar a necessidade de emprego, de renda, portanto, os impactos sociais, que foram tradicionalmente fruto do extrativismo no nosso estado”.

Pecuária sustentável e bioeconomia

Helder Barbalho compartilhou com o público do evento, as experiências exitosas que o estado tem tido com a implementação de políticas de desenvolvimento econômico de baixo carbono.

“O Pará hoje é um exemplo. É o único estado do Brasil que se propõe a ter 100% do seu rebanho bovino com identificação individual, cada uma das 26 milhões de cabeças de gado identificadas individualmente, com o histórico do animal, desde o nascimento até o abate, para mostrar que a cadeia, a vida e o histórico do animal se dão em propriedades regulares. Criamos o Plano Estadual de Bioeconomia e agora, na COP30, vamos entregar o primeiro parque de bioeconomia da Amazônia, um grande centro para startups, para unicórnios, para podermos dar o suporte necessário a quem já faz bioeconomia e precisa do incentivo, da indução do Estado, para podermos consolidar essa nova vocação, em escala, para a economia paraense”, afirmou o governador.

O governador citou ainda a construção do sistema de REDD+ do Pará, que está em andamento, assim como o processo de Consultas Livres, Prévias e Informadas (CLPIs) aos povos e comunidades tradicionais, que está sendo conduzido.

“Não há justiça climática sem justiça social. E é isso que queremos construir. A oportunidade de sermos sede da COP30 certamente é um chamamento global para que o mundo venha debater o clima, as urgências ambientais, com o pé no chão da floresta, ouvindo os amazônidas, ouvindo os brasileiros e apontando uma solução para o amanhã. E isso deve acontecer em Belém do Pará. Aproveito para convidar a todos que estejam conosco na construção desse momento histórico em favor do Brasil e do planeta”, concluiu Helder.

Ao final do painel, o moderador Jorge Galvão agradeceu ao governador do Pará. É um privilégio podermos contar, aqui no Fórum de Lisboa, com um governador que vai recepcionar a COP30 e nos brindou com perspectivas da agenda de sustentabilidade e políticas públicas do Estado do Pará, relacionadas às atividades econômicas sustentáveis”.

Fórum de Lisboa e o Impacto da Tecnologia

O Fórum ocorre anualmente com o intuito de debater questões que desafiam o Estado contemporâneo. Em 2025, aborda um panorama sobre como a tecnologia e a inteligência artificial impactam diferentes campos e os efeitos no Brasil, na Europa e no mundo. Com temáticas transversais, busca-se maior compreensão sobre os desafios do mundo atual, como mudanças climáticas, direitos humanos, políticas públicas, instituições internacionais, entre outros.

O evento foi realizado na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), em Portugal, e concentrou-se na promoção de diálogos sobre como o advento da Era Inteligente tem impactado as relações entre Estados, instituições, empresas e povos.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.