Uma cena de pânico tomou conta do bairro do Curuçambá, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, na tarde desta terça-feira (1º), quando um homem armado invadiu uma residência e fez sete pessoas reféns — entre elas, crianças. Para chocar ainda mais, o criminoso transmitiu a ação ao vivo por uma rede social, exigindo a presença da imprensa antes de se render.
O autor do crime foi identificado como Wendel Teixeira Jaster, de 32 anos, foragido da Justiça desde 2019, quando foi beneficiado por uma saída temporária do sistema prisional e não retornou. Desde então, era procurado por envolvimento com uma facção criminosa com atuação no Pará e no Rio de Janeiro, onde teria a função de “torre”, responsável por ordenar execuções, inclusive de agentes públicos.
Wendel era alvo de um mandado de prisão preventiva expedido pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Pará, e estava sendo monitorado quando, ao perceber a aproximação de policiais, tentou fugir pulando muros. Na tentativa de escapar, invadiu pelos fundos uma casa onde uma família almoçava e manteve todos sob a mira de uma pistola 9mm carregada.
No auge da tensão, obrigou a dona da casa a iniciar uma transmissão ao vivo nas redes sociais, dizendo que só entregaria a arma após a chegada da imprensa. A cena viralizou rapidamente. Gritos e choros das crianças podiam ser ouvidos do lado de fora. Vizinhos relataram momentos de terror.
Durante a transmissão, o criminoso conversava por áudio com supostos comparsas. Em uma das falas, uma voz masculina afirma: “É o crime, mano”, e encoraja Wendel a continuar com o sequestro, dizendo que “os homens vão ceder”.
Reféns são libertados após negociação
A cobertura da ocorrência contou com a presença do repórter Paulo Cidadão e do cinegrafista Rodovan Sarmento, da RBATV, que chegaram ao local e ajudaram na negociação, em conjunto com a Polícia Civil. Após mais de uma hora de tensão, os reféns foram libertados em segurança, saindo da casa em fila indiana. Em seguida, Wendel colocou a arma no chão e se entregou.
Ele foi conduzido à Divisão de Homicídios da Polícia Civil. A arma utilizada foi apreendida e será periciada.
Acusações contra o criminoso
Além do mandado de prisão em aberto, o suspeito agora responderá por sequestro, cárcere privado, porte ilegal de arma de fogo e ameaça. Segundo as investigações, ele também está vinculado a ataques e mortes de agentes públicos no estado.