RAUL, SEMPRE NECESSÁRIO

O acaso que me tornou raulseixista

Um dos meus heróis completaria 80 anos no sábado passado. Bem… ele não está mais vivo. Por isso está na minha lista de heróis.

O acaso que me tornou raulseixista O acaso que me tornou raulseixista O acaso que me tornou raulseixista O acaso que me tornou raulseixista
Um dos meus heróis completaria 80 anos no sábado passado. Bem… ele não está mais vivo. Por isso está na minha lista de heróis.
Um dos meus heróis completaria 80 anos no sábado passado. Bem… ele não está mais vivo. Por isso está na minha lista de heróis.

Um dos meus heróis completaria 80 anos no sábado passado. Bem… ele não está mais vivo. Por isso está na minha lista de heróis. Raul nunca conseguiria chegar aos 80 anos — principalmente pelo ritmo de vida que levava. Mas não cabe julgar nem lamentar se ele viveu pouco ou o suficiente. Pouca gente entende que, às vezes, os gênios podem escolher a hora certa de partir. Raul é um desses caras.

E aí entram também Renato Russo, Cazuza, Kurt Cobain, Freddie Mercury… Todos que eu venero muito.

Minha história com o Raul começa nos anos 90. Minha mãe tinha uma venda no meio de uma estrada entre Igarapé-Açu e Maracanã, no nordeste do Pará. Era no quilômetro 38. O trampo lá começava cedo. Às seis da manhã já tinha gente querendo tomar uma cachaça antes de ir pra roça — e eu já estava lá. E os caras pediam pra tocar alguma coisa do Raul. Eu ia, escolhia os discos e pronto. O dia passava, e chegava a turma do bilhar. Mesma coisa. A marvada e Raul.

Foi ali, com uns 15 anos, que comecei a tentar entender quem era esse cara. Tinha um gênio bem diante de mim — mas eu ainda não sabia disso. Comecei a ouvir mais os sucessos, as fitas, a me interessar por esse sujeito que era um fenômeno no meio do nada. E gostei dele. Me tornei um raulseixista por acaso. E foi um belo acaso.

O tempo passou. Saí da estrada e vim pra capital. Estudos, trabalho, família… e, em algum momento, sempre volta o Raul. Ele está sempre presente: nas letras, nas mensagens, na atitude. Nunca foi um exemplo de pai ou esposo, mas era o Raul.

Hoje, sei as músicas de cor. Antes, eu sabia cantar, mas não entendia muito. Agora entendo que cada uma trazia um recado. Algumas representavam o estado de espírito do nosso Maluco Beleza.

Hoje, invejo Raul. Não pela forma como partiu, mas pela coragem de meter a cara. É difícil achar uma música que o resuma. Cada um tem a sua preferida. A minha é “Medo da Chuva”. “Gita” vem logo depois.

Raul sempre é necessário. Sempre será.
Se você nunca ouviu, ouça.
Ele vai te pegar… em algum lugar.

Raul vive!

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.