O Irã começou a retaliação pelo ataque americano contra três de suas instalações nucleares lançando mísseis contra a maior base dos Estados Unidos no Oriente Médio, Al-Udeid, em Doha (Qatar). Também foi alvejado o aeródromo de Ain al-Hussein, no Iraque, e outras unidades de Washington na região estão em alerta máximo.
Ainda não há informações sobre danos ou vítimas, mas a ação joga a guerra disparada por ataques israelenses ao Irã há dez dias em um perigoso e imprevisível rumo.
Al-Udeid centraliza ações aéreas no Oriente Médio e, usualmente, tem cerca de 10 mil militares estacionados. Segundo observadores israelense disseram ao site Axios e à Folha de S.Paulo, foram empregados mísseis balísticos.
Doha, cidade de 2,6 milhões de habitantes e capital do país que há pouco mais de dois anos sediou a Copa do Mundo de futebol, relataram fortes explosões na periferia.
O Qatar havia fechado mais cedo seu espaço aéreo, alegando questões de segurança. Al-Udeid fica a cerca de 350 km da costa do Irã, do outro lado do Golfo Pérsico.
Essa exposição fez com que os EUA retirassem boa parte de seus aviões de caça e transporte de lá. Segundo imagens de satélite divulgadas na quinta (19), não havia mais aeronaves em seus pátios.
Já na base no Iraque, o comando local informou que as defesas antiaéreas foram acionadas, mas ainda não há informações sobre danos. Em 2019, ela já havia sido atacada pelo Irã, algo inédito então, após Donald Trump, em seu primeiro mandato, ter mandado matar o mais importante general iraniano, em Bagdá.
Mais cedo, Israel havia feito ataques pesados a centros ligados ao regime de Teerã, sinalizando buscar sua queda. Trump, por sua vez, havia dito que queria que o conflito terminasse após sua ação no sábado (21), o que foi rechaçado pelos aiatolás.
O americano havia advertido os iranianos a não retaliar contra alvos dos EUA na região, sob pena de um ataque ainda mais duro, escalando de forma incontrolável o conflito.
IGOR GIELOW