Uma vitória para o sistema de saúde pública do Pará. Assim foi definida pela equipe multidisciplinar da área pediátrica da Fundação Santa Casa de Misericórdia, em Belém, a alta hospitalar do pequeno Layon Miguel dos Santos Silva, concedida nesta segunda-feira (16).
Bianca Priscila dos Santos, mãe de Layon e moradora do bairro do Canudos, na capital paraense, contou que sua gestação foi marcada por complicações, e que o primeiro filho nasceu prematuro, por volta das 35 semanas de gestação.
“Passar todo esse tempo aqui foi muito difícil no começo. Eu estava em negação e não queria aceitar a situação do meu filho. Mas depois fui me acostumando. Hoje estou muito feliz pela alta dele. Pulei de alegria quando soube. O pai dele, a avó e a tia estão esperando a gente chegar em casa para comemorar. Estou muito agradecida pelo trabalho dos profissionais da Santa Casa”, relatou Bianca.
Acompanhamento e Diagnóstico
A médica pediatra Caroline da Rocha informou que Layon nasceu na Santa Casa, em junho do ano passado, e apresentou nas primeiras 24 horas de vida vários episódios de hipoglicemia.
“Esses episódios persistiram, e ele passou a ser acompanhado pela endocrinologista pediátrica Dra. Darcilene, que diagnosticou uma condição chamada hipoglicemia hiperinsulinêmica, caracterizada pela dificuldade de controle da glicose no sangue”, explicou Caroline.
O bebê foi internado na enfermaria com 1 mês e 3 dias de vida, e permaneceu hospitalizado até completar um ano de idade, no último dia 12 de junho.
“É a primeira vez que ele vai conhecer a própria casa. Hoje, ele apresenta um bom controle glicêmico. Ainda tem episódios de hipoglicemia, mas conseguimos simular no hospital a dieta que ele seguirá em casa, observando como o organismo dele reage. Ele continuará sendo acompanhado pela pediatra e pela endocrinologista no nosso ambulatório”, completou a médica.
Preparo e Esperança
A endocrinologista pediátrica Darcilene Nunes relatou que Layon chegou a apresentar hipoglicemias graves, com convulsões e perda de consciência, devido ao aumento da produção de insulina.
“Com o apoio da equipe multidisciplinar e o engajamento da mãe, conseguimos manejar a glicemia de forma mais estável. A mãe foi orientada a identificar sinais de hipoglicemia grave e sabe como agir. Intensificamos o monitoramento da glicemia capilar e fornecemos orientações respaldadas para que a alta ocorresse com segurança”, destacou.
Darcilene reforçou que o processo de preparo da família foi construído ao longo do tempo:
“Quero destacar a dedicação, o comprometimento e o cuidado da equipe da Santa Casa. Essa alta representa, de fato, um sucesso. Conseguimos manter essa criança estável, evitar danos neurológicos e garantir um desenvolvimento saudável. Agora, ele inicia uma nova etapa de vida em casa.”