O lançamento do projeto Escolas Baseadas na Natureza ocorreu em um encontro com a imprensa na Ilha do Combu, região das ilhas da capital paraense, na manhã de sexta-feira (06). A programação aconteceu durante a quarta edição do TEDx Amazônia, que segue em Belém, até domingo (08). A Motiva, empresa de infraestrutura e mobilidade, é um dos patrocinadores do evento, que se propõe a promover reflexões sobre os caminhos para a preservação da Amazônia e do planeta.
A empresa lançou recentemente por meio do seu Instituto o maior programa privado de fomento à educação ambiental do País. A iniciativa oferece gratuitamente formação continuada e materiais didáticos para alunos, professores e gestores do ensino fundamental de escolas municipais. Na região Norte, 20 escolas participam da iniciativa, sendo seis delas no Pará.
O projeto, que tem o Instituto Alana como parceiro pedagógico, já nasce presente em 280 cidades das cinco regiões do Brasil, beneficiando mais de 170 mil estudantes. Alinhado ao Plano Nacional da Educação (PNE), à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e à Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 14.926/24), ele tem como um dos seus objetivos o de expandir e fortalecer o conceito de Educação baseada na Natureza nas escolas públicas do país.
Durante o curso, os profissionais de ensino são apresentados aos fundamentos da educação baseada na natureza, ao conceito de crise climática e os seus impactos na educação, especialmente no desenvolvimento integral do estudante. Além disso, a formação estimula os educadores a refletirem como integrar soluções baseadas na natureza no ambiente escolar e a discutir a realidade das escolhas brasileiras, bem como elaborar um projeto prático de como os conceitos serão aplicados nas instituições de ensino.
“A gente entende que fortalecer o vínculo é uma questão de acessar a natureza, é ter ambientes de qualidade próximo à criança. A gente vem reconhecendo as grandes crises socioambientais que o mundo está enfrentando. O relatório da Unicef traz um dado alarmante, de 40 milhões de crianças no Brasil sofrendo algum tipo de risco climático, ou seja, seca, enchente e deslizamento”, declarou Paula Monteiro, do Instituto Alana.
Pesquisa realizada pelo MapBiomas, pelo Instituto Alana e pela Fiquem Sabendo, divulgada no final do ano passado, mostrou que quatro entre 10 escolas não têm áreas verdes, que 1,5 milhão de alunos estudam em instituições de ensino que não têm praças e parques em um raio próximo a 500 metros e que seis entre 10 escolas estão localizadas em territórios que estão, pelo menos, 1º Celsius acima da temperatura média das suas capitais. Outro dado importante do levantamento é que 370 mil crianças estudam em áreas de risco de desastres.
Mudança em 3 etapas
Partindo da premissa de que as escolas exercem papel central na conexão das crianças com o meio ambiente e na construção de novas soluções climáticas, o projeto foi estruturado em três fases: sensibilizar (a partir de 2025), experienciar (2026) e influenciar (2027). Na primeira etapa, a meta é desenvolver a ligação dos educadores e dos estudantes com a natureza, por meio da realização do curso de ensino à distância e de jogos, projetos e propostas pedagógicas que os sensibilizem para a temática.
Na segunda etapa, em 2026, os estudantes são incentivados a propor soluções para desafios climáticos por meio de hackathons e outras metodologias práticas. Na última fase, a iniciativa prevê a mobilização de escolas e comunidades para implementar ações de impacto ambiental em suas áreas, em conexão com o conceito de cidades sustentáveis.
“O projeto tem a presença nacional. Qualquer escola e qualquer educador da rede pública de ensino podem ter acesso à formação e aos materiais didáticos. A gente tem um site que disponibiliza todos os materiais, mas ele é direcionado para os nossos educadores da rede pública de ensino. Temos hoje uma base de mais de 6 mil professores que seriam tratados diretamente com essa iniciativa e mais de 170 mil estudantes também em 280 municípios. E a gente quer que essa expansão ocorra o mais rápido possível, porque é uma temática urgente que a gente vem vivendo”, explica Jessica Trevisam, gerente de Responsabilidade Social da Motiva.
Incentivo financeiro
De acordo com Trevisam, para ampliar o alcance do projeto e atrair novas escolas e mais educadores, está sendo lançado o Prêmio Escolas Baseadas na Natureza, que vai reconhecer cinco escolas públicas com projetos de destaque em educação ambiental. Cada escola premiada receberá até R$ 100 mil para a realização de melhorias em sua infraestrutura, além de mentoria pedagógica, assessoria técnica e consultoria especializada em arquitetura escolar sustentável.
As inscrições para o prêmio estão previstas para iniciar agora, no mês de junho, e o anúncio das escolas vencedoras deve ocorrer em agosto. O objetivo é valorizar as iniciativas que transformem o ambiente escolar, como a criação de pátios naturalizados, hortas pedagógicas, sistemas de captação de água da chuva, uso de energias renováveis e mobiliário feito com materiais reaproveitados.
“É colocar essa temática para fora dos muros das escolas. Durante três anos, a gente vai trabalhar com o apoio do Instituto Alana, que é mestre ali dentro desta temática específica. E todos os anos a gente também vai premiar as escolas destaques em projetos ambientais com esse apoio financeiro de R$ 500 mil”, reforça a gerente de Responsabilidade Social da Motiva.