O câncer de intestino é motivo de preocupação para o Ministério da Saúde, que faz um trabalho de conscientização sobre a doença em seus meios de comunicação. A pasta divulgou recentemente diversas informações a respeito da doença, como forma de desmistificar a crença de muitos de que o diagnóstico é uma sentença de morte.
Conforme os especialistas do MS, o câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus). Também é conhecido como câncer de cólon de reto ou colorretal. É tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectado precocemente, quando ainda se apresenta em estádios iniciais, sem disseminação para outros órgãos.
Mais uma vez, a mensagem principal sobre a doença é de que a chave de tudo está nos hábitos saudáveis. Isso porque, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de intestino está ligado aos hábitos de vida, como tabagismo, alimentação inadequada e falta de atividade física.
Sobre a maior incidência da doença nos últimos anos, a pasta destaca que a população está cada vez mais exposta aos fatores de risco e menos exposta aos fatores de proteção, que seriam os hábitos de vida mais saudáveis.
Na alimentação, a orientação é, sempre que possível, evitar o consumo de carnes processadas e ultraprocessadas – salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru e salame -, além da ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana). Esse consumo desenfreado ajuda a aumentar o risco para este tipo de câncer. Confira a seguir sete mandamentos para evitar o diagnóstico dessa doença:
1 – DEFUMADOS X IN NATURA
Alimentos que passaram por processo de defumação também precisam ser evitados. O motivo é que as substâncias que se encontram na fumaça do processo de defumação e os conservantes (como os nitritos e nitratos) que também são adicionados durante o processamento contribuem para o surgimento do câncer de intestino (cólon e reto).
Mas, não é por isso que se deve ‘demonizar’ a comida. Sim! Existem opções de alimentos in natura, como frutas, legumes e verduras, que têm efeito protetor e ajudam a evitar a iniciação e progressão do tumor.
Esses alimentos bons fazem parte de uma variedade de fitoquímicos, que são considerados nutrientes, mas substâncias de elevado potencial anticancerígeno. Aí vale aquela máxima de que uma alimentação rica em fibras, com a inclusão de cereais e grãos integrais, ajudam bastante na prevenção do câncer colorretal.
2 – SEM SEDENTARISMO
Você já reparou que grande parte das doenças estão associadas à falta de atividade física por parte do paciente? O motivo é bem simples! A atividade física ajuda a reduzir os marcadores inflamatórios e o tempo de trânsito gastrointestinal, além de promover o equilíbrio nos níveis de hormônios, melhorar a imunidade e ajudar no equilíbrio do peso corporal. Faça ao menos 150 minutos de atividade física moderada durante a semana.
3 – XÔ, GORDURA!
E não adianta romantizar a gordura corporal! O excesso dela desencadeia um estado de inflamação crônica no organismo e essas alterações biológicas colaboram para o processo de formação do câncer na região intestinal. De acordo com o INCA, manter um índice de massa corporal em níveis adequados (IMC entre 18.5 e 24.9 Kg/m²), por sua vez, reduz as chances de desenvolver esse tipo de câncer. Mesmo assim, o Ministério da Saúde pontua que mesmo pessoas com IMC adequado podem apresentar um elevado nível de gordura corporal.
4 – ÁLCOOL E FUMO? SÓ QUE NÃO!
Segundo os especialistas do Ministério da Saúde, o álcool e o cigarro são antigos conhecidos quando o assunto gira em torno dos hábitos prejudiciais para a saúde. É que fumar pode causar inúmeras doenças e diversos tipos de câncer, inclusive o de intestino. Já sobre o consumo de álcool, estudos indicam aumento do risco quando a quantidade ingerida é maior que 30 gramas de etanol por dia (cerca de duas doses de bebida alcoólica).
Para entender a associação do álcool com o câncer, atente para o fato de o etanol (álcool) ser convertido, no organismo, em uma substância chamada acetoaldeído. Ambos são classificados como cancerígenos para humanos. E não é só isso! O etanol funciona como solvente, facilitando a entrada de outras substâncias cancerígenas nas células.
5- O SINAL ESTÁ NO ‘NÚMERO 2’
O aspecto das fezes pode evidenciar se existe algum problema com o seu intestino, como o câncer. Entre os sintomas mais frequentes da doença, estão: sangue nas fezes e alteração na sua forma (fezes muito finas ou compridas). Outros fatores que se deve observar são a alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados), dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente e massa (tumoração) abdominal.
6- É HORA DE INVESTIGAR!
De acordo com o INCA, a detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce) ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
O rastreamento dos tumores de cólon e reto (colorretal) pode ser realizado por meio de dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias (colonoscopia ou retossigmoidoscopias).
7 – CUIDADO COM OS PÓLIPOS
O Ministério da Saúde chama a atenção da população para o pólipo colorretal, que é uma lesão benigna que surge no intestino. Isso surge devido ao crescimento anormal de tecido na mucosa da região. Os pólipos normalmente são benignos, mas podem se tornar câncer. É por isso que o acompanhamento e a retirada deles são maneiras de evitar o surgimento da doença. Isso é possível por meio de procedimentos denominados colonoscopia ou retossigmoidoscopias.